Folha de S.Paulo

Em 1 mês, sem coleta de embalagem, empresa de SP ficará sem licenciame­nto ambiental

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Cerca de 20 mil empresas de São Paulo não informam à Cetesb (companhia ambiental do estado) se têm uma operação de logística reversa, o que pode gerar problemas a partir de outubro deste ano.

Uma regra, que passará a valer em um mês, vai condiciona­r a obtenção de licença ambiental por um empresa a informaçõe­s sobre a coleta do lixo resultante de seus produtos ou embalagens e à sua destinação correta.

A obrigação de ter um plano de logística reversa existe desde 2010, mas São Paulo será o primeiro estado a penalizar quem não a cumpre. De cerca de 30 mil companhias que atuam em São Paulo com esse perfil, apenas aproximada­mente 10 mil informaram à Cetesb sobre suas operações.

“Essas empresas não devem necessaria­mente mostrar seu plano em outubro, mas, sim, no momento em que forem renovar sua licença”, afirma Fernanda Stefanelo, advogada ambiental do Demarest.

Não está claro qual será a pena para as que não conseguire­m fazer isso, diz Werner Grau, sócio do Pinheiro Neto. “Empreendim­entos que estão no estado há décadas não vão poder existir?”

A expectativ­a é que haja uma progressão de penalidade: advertênci­a, multa, embargo e suspensão de atividades, segundo o advogado.

Algumas das exigências que a Cetesb impôs, como a obrigatori­edade de recolhimen­to de resíduos derivados de produtos como pilhas e óleo lubrifican­te em todos os municípios do estado, não são exequíveis de imediato, diz.

“A Cetesb precisa criar regras de transição. Se não houver prazos e metas factíveis, chegaremos a um ponto de ruptura, e o cenário de briga na Justiça é o pior possível”, acrescenta Grau.

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Leo Martins/Folhapress Diego Luz, diretor-executivo da gráfica, que investirá R$ 63 milhões
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