Folha de S.Paulo

Professor, criou espaço em casa para dar reforço a alunos

JOSÉ ROBERTO DA SILVA (1945-2018)

- Ricardo Hiar WALTER SERGENTI

Nascido na Bahia, José Roberto da Silva era o caçula entre 12 irmãos. Todos começaram a trabalhar cedo. Ele, mais novo, acabou sendo incentivad­o a estudar. A mãe dizia para o garoto frequentar a escola que, só assim, se tornaria alguém na vida. Seguindo o conselho, se tornou professor de língua portuguesa e literatura.

Como não ia bem nas disciplina­s do ensino regular, José dizia ter feito a escolha para se superar. Acabou descobrind­o sua vocação.

Se casou em Brasília, em 1974, onde passou a viver. Era marido dedicado e pai atencioso. Muitas vezes reunia os filhos no chão da sala, ao som de clássicos da MPB, como Elis Regina, Caetano Veloso e Gilberto Gil. José Roberto também era homem de falar pouco, mas com grande sensibilid­ade. Levava uma vida modesta, desapegado de bens materiais.

Com atuação em vários níveis de ensino, gostava mesmo era de trabalhar com jovens. Professor apaixonado pela profissão, motivou e transformo­u vidas. Se preocupava com aqueles que ensinava, e era comum reunir alunos e professore­s em sua casa. Não perdia a chance de improvisar recitais e cantorias levadas pelo violão.

Cerca vez, já morando em Goiânia, resolveu criar A Casa de Redação —um espaço improvisad­o na sua garagem para dar reforço aos estudantes com dificuldad­e em textos.

Em 2016 teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o debilitou. Ainda assim queria voltar a lecionar, concluir o mestrado e publicar um livro. Por complicaçõ­es da doença, não teve tempo. Morreu no dia 26 de julho, aos 73 anos. Deixa a mulher, três filhos e quatro netos.

Aos 79, casado com Maria Terezinha Sergenti. Sexta (31/8) às 11h. Cemitério Jardim do Pêssego , rua Iososuke Okaue, 911, Jardim Helian

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