O verdadeiro riesling
Riesling costuma ser a uva favorita dos especialistas e o terror dos bebedores de vinho, traumatizados pela garrafa azul de Liebfraumilch, que atrapalhou a reputação dos grandes vinhos alemães, austríacos e da região da Alsácia.
Para complicar ainda mais, existe a cepa welschriesling, que aqui se chama riesling itálico, que confunde todo mundo. O Brasil produz muito riesling itálico, que dá vinhos agradáveis e até entra no corte de alguns excelentes espumantes nacionais.
Mas riesling renano (o nome da verdadeira riesling por aqui) é raro. Quando a Almadén foi comprada pela Miolo, cerca de dez anos atrás, lembro de conversar com Adriano Miolo e ele, com aquela sua educada sutileza reticente, dizer que ainda não tinham decidido o que fazer com o vinhedo de riesling que era parte do acervo da propriedade.
Agora veio a resposta: para minha alegria, lançaram o Riesling Johannisberg, terroir da Campanha Central. Single Vineyard, quer dizer, de um vinhedo específico, no caso com o nome curioso de Vinhedo da Toca do Tigre.
É um riesling de grande expressividade, deste ano, safra 2018, bem seco e com acidez espetacular, que me implora por um chucrute com suas carnes ou mesmo um lombo assado.
Guardarei umas duas garrafas para abrir daqui a um tempo, pois o preço é simpático (achei em uma busca online com valores entre R$ 59 e R$ 68).