Grupo ganhou fama ao virar alvo de campanha contra infanticídio
Apesar do isolamento, os suruwaha ganharam exposição pública nos últimos anos devido a outro tabu: o infanticídio em grupos indígenas.
Usando principalmente a internet, a entidade evangélica Jocum (Jovens com uma Missão) incluiu o grupo entre os alvos de uma campanha contra morte de recém-nascidos.
Por considerar que a Jocum fazia proselitismo que prejudicava os índios, o Ministério Público Federal exigiu que a Funai descredenciasse a entidade, proibindo que ela trabalhasse com os suruwahas, a partir de 2004.
Com apoio da bancada evangélica, o deputado Henrique Afonso (PTAC) apresentou, em 2007, um projeto de lei que obriga o poder público (Funai ou Sesai) a intervir em caso de risco, para evitar o infanticídio em famílias indígenas.
Aprovado na Câmara em 2015, o texto está parado na Comissão de Direitos Humanos do Senado, onde enfrenta reação contrária de entidades de direitos humanos e do presidente da comissão, Paulo Paim (RS), do mesmo PT.
“O infanticídio tem adquirido proporções insignificantes entre os suruwaha. Eles têm sido vítimas de uma campanha de criminalização e ‘animalização’”, diz o antropólogo Miguel Aparicio Suárez, autor da dissertação de mestrado “Presas do Timbó” (Ufam, 2014).