Fogo destrói Museu Nacional, no Rio
Instituição, a mais antiga do país, funcionava em palacete bicentenário e abrigava coleções preciosas de várias ciências
Um incêndio consumiu o prédio e o acervo do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio.
O fogo começou por volta de 19h30 de domingo (2), após o encerramento das visitas. Não houve vítimas.
O museu passava por problemas de manutenção devido a corte no orçamento.
Havia sinais evidentes de má conservação, como paredes descascadas, fios elétricos aparentes e salas de exposição fechadas.
Desde 2014, o museu, que ésubordinadoàUFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), não recebia a verba total de R$ 520 mil anuais para manter o local.
Instalado em um palacete que serviu de moradia para a família real, o museu, fundado por dom João 6º, completou 200 anos em junho.
O acervo, com mais de 20 milhões de itens, reúne peças de paleontologia, antropologia e etnologia biológica. Menos de 1% estava exposto ao público.
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse ser preciso “apurar a responsabilidade” pela tragédia, que “poderia ter sido evitada”. Segundo ele, o plano de reconstrução começa nesta segunda (3).
“Hoje é um dia trágico para a museologia do nosso país”, disse, em nota, o presidente Michel Temer.
Para o historiador José Murilo de Carvalho, é uma “catástrofe” na cultura brasileira. Até a conclusão desta edição, não havia sido apontada a causa do fogo. Cotidiano B1