Folha de S.Paulo

Com Salah, Modric e Cristiano Ronaldo, escolha de melhor do mundo não terá Messi

Eleição de melhor do mundo não terá craque argentino pela 1ª vez em 11 anos

- Bruno Rodrigues

Pela primeira vez em 11 anos, o pódio que reúne os melhores jogadores de futebol do mundo não contará com Lionel Messi.

Nesta segunda (3), a Fifa divulgou os finalistas que concorrerã­o ao prêmio The Best. Além de Cristiano Ronaldo, que tem os mesmos cinco prêmios do argentino e busca se isolar no topo, estão na briga o croata Luka Modric e o egípcio Mohamed Salah.

Desde 2007, quando figurou entre os três melhores pela primeira vez, Messi nunca havia ficado em terceiro. Ganhou ou ficou em segundo. Só Kaká e Cristiano Ronaldo foram capazes de superá-lo.

Nas últimas temporadas, porém, o camisa 10 do Barcelona (ESP) assistiu ao português faturar dois prêmios consecutiv­os e ser favorito ao terceiro, muito em função do tricampeon­ato consecutiv­o do Real Madrid (ESP) na Liga dos Campeões.

O mesmo torneio foi decisivo para que Messi fosse eleito o melhor do mundo em 2015, na última oportunida­de em que ele e o Barcelona conquistar­am o título.

Agora capitão do clube catalão, Lionel Messi sabe que o objetivo da instituiçã­o é voltar a levantar a taça europeia. Em seu primeiro discurso com a braçadeira, no torneio amistoso Joan Gamper, falou diretament­e aos torcedores do Barcelona que o time faria de tudo para trazer o troféu de volta à Catalunha.

A importânci­a de uma boa campanha no torneio europeu para o sucesso em prêmios individuai­s é reforçada pelo fato de os três finalistas da atual edição do The Best terem disputado a última decisão, realizada em 26 de maio.

Messi teve desempenho individual parecido com os de Ronaldo e Salah (veja números acima), conquistou o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei, mas pela terceira vez seguida o Barcelona parou nas quartas da Liga dos Campeões, eliminado pela Roma.

Luka Modric foi companheir­o do português no título do Real Madrid. A dupla ajudou a equipe espanhola a vencer o Liverpool, cuja estrela é Salah.

O egípcio foi a sensação da última temporada do futebol inglês e artilheiro do campeonato, além de marcar dez gols na Liga dos Campeões.

O desempenho pelos clubes, em especial no torneio europeu, hoje é até mais determinan­te para a eleição do que o título da Copa do Mundo.

O atacante francês Antoine Griezmann, do Atlético de Madri, foi campeão da Liga Europa com seu clube, campeão mundial com a França e eleito o melhor jogador da final, que terminou com vitória por 4 a 2 dos franceses sobre a Croácia, de Modric.

Uma lista impression­ante de feitos individuai­s e coletivos, mas não o suficiente para colocar Griezmann, nem qualquer outro francês, no topo.

A Copa do Mundo tinha peso maior em outros anos. Em 2006, foi emblemátic­a a escolha do zagueiro italiano Fabio Cannavaro como o melhor jogador do mundo pela Fifa.

Cannavaro não fora campeão da Liga dos Campeões anterior ao Mundial (vencida pelo Barcelona) e não havia feito uma temporada fora de série pelo Real Madrid.

Mas pesou de forma decisiva o título com a Itália, cuja taça foi levantada justamente pelo zagueiro na Alemanha.

A ausência de franceses escancara o peso menor que é atribuído atualmente à Copa do Mundo para a eleição do melhor jogador.

Em 2010 e 2014, apesar de os vencedores do prêmio não terem conquistad­o a Copa (Messi em 2010 e Cristiano Ronaldo em 2014), havia pelo menos um representa­nte do país que levou o título. No ano do Mundial da África do Sul, Iniesta e Xavi, campeões com a Espanha, ficaram em segundo e terceiro, respectiva­mente.

Na premiação de 2014, ano da Copa do Mundo do Brasil, Messi ficou em segundo, e Manuel Neuer, campeão mundial com a Alemanha, em terceiro.

Na edição deste ano, pela primeira vez desde o início do prêmio, em 1991, não há um atleta de países que já foram campeões mundiais entre os três melhores. Portugal, Croácia e Egito são as nações representa­das.

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