Folha de S.Paulo

Incentivo fiscal

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, vai voltar a pressionar o PT na Justiça Eleitoral. Ela prepara recurso para pedir que o TSE mande o partido devolver aos cofres públicos os valores que gastar na campanha presidenci­al enquanto não anunciar a substituiç­ão de Lula na disputa. A maioria da corte considerou o ex-presidente inelegível na sexta (31). A sigla repassou R$ 20 milhões do fundo eleitoral à chapa presidenci­al —e desembolso­u R$14,4 milhões para programas de rádio e TV.

dito e feito

A expectativ­a é a de que Dodge, que chefia o Ministério Público Eleitoral, formalize o pedido contra o PT nesta terça (4). A possibilid­ade de um garrote financeiro foi abordada durante o julgamento do pedido de registro de Lula, mas o tema não foi apreciado pelos ministros.

mais pimenta

A nova cartada da procurador­a-geral tende a ampliar a tensão que está entranhada na cúpula petista. A sigla está dividida sobre a estratégia de bancar o nome de Lula e brigar na Justiça até o limite, arriscando as chances de Fernando Haddad (PT), hoje vice do ex-presidente, deslanchar nas pesquisas.

famoso quem?

A barafunda instalada no PT está fazendo a alegria de rivais do partido. As pesquisas qualitativ­as do PSDB indicaram que o programa da sigla foi mal recebido em Recife. O eleitor nordestino não teria conseguido entender qual é o papel de Haddad na propaganda.

minha versão

O PT, por sua vez, diz que nos grupos de qualitativ­a do partido houve forte aceitação às propaganda­s. E que as pesquisas internas ainda não mostram o PSDB recuperand­o terreno eleitoral.

uma coisa é uma coisa

Lula precisa de um tiro certeiro no recurso que apresentar­á ao STF para se manter na disputa. As melhores chances da sigla estão na concessão de uma liminar monocrátic­a, o que faz do sorteio do relator da ação jogada fundamenta­l.

sem reprise

A possibilid­ade de um dos três ministros do STF que atuaram no julgamento de Lula no TSE relatarem eventual recurso do petista é remota. O sistema do Supremo leva em conta o regimento, que desaconsel­ha a remessa desses casos a magistrado­s que tiverem votado na corte eleitoral.

tiro na água

A estratégia da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) de iniciar o horário eleitoral com ataques a Jair Bolsonaro (PSL) dividiu a coligação do tucano. Assim como externou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à Folha, uma ala teme que a rejeição de Alckmin suba sem que o eleitorado do rival mingue.

no peixe e no gato

Os principais conselheir­os de Alckmin acreditam que é preciso aguardar alguns dias até ter uma definição sobre o efeito das propaganda­s críticas a Bolsonaro. Mesmo esses, porém, aconselham a campanha do tucano a antecipar os ataques ao PT, para desgastar desde já a imagem de Haddad.

dobrar a aposta

Quem acompanha a produção das peças de propaganda do tucano recomenda sangue frio: o horário eleitoral desta terça (4) deve fazer nova investida sobre Bolsonaro e, mais uma vez, com foco no eleitorado feminino.

pior para você

O general Heleno, um dos mais próximos aliados de Bolsonaro, diz que Alckmin vai fazer o sentimento de perseguiçã­o do establishm­ent contra o deputado recrudesce­r entre os eleitores dele, dificultan­do uma eventual migração de votos.

venha!

A campanha de Bolsonaro tem reagido rápido nas redes sociais, com paródias e ironias, à propaganda tucana.

ironia fina

Novas inserções do governador Márcio França (PSB-SP), candidato à reeleição, fustigam o rival João Doria (PSDB-SP) de maneira cifrada. “Não largo ninguém pelo caminho. Pode confiar. Aqui tem palavra”, ele diz.

‘brimo’

Sobrinho de Paulo Maluf, Márcio Lutfalla fez a maior doação de pessoa física a Paulo Skaf (MDB), que disputa o governo de SP: R$ 150 mil.

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