PT recorre ao STF contra vídeo em que deputado defende ‘fuzilar a petralhada’
O PT entrou com uma notícia crime no STF contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e a coligação com o PRTB por injúria eleitoral e incitação ao crime por causa de um vídeo no qual o candidato defende “fuzilar a petralhada”.
“Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem nem mortadela, galera, vão ter que comer é capim mesmo”, disse Bolsonaro em evento no estado neste sábado (1º).
No documento, protocolado nesta segunda-feira (3), o PT afirma que “por mera divergência política, entende o candidato ser necessário o fuzilamento de toda uma parcela da população, o que representa, a um só tempo, os cometimentos dos crimes de ameaça e incitação ao crime”.
O PT pede para que a notícia de crime seja enviada à Procuradoria-Geral da República para a instauração de procedimento investigatório, visando à denúncia e condenação de Bolsonaro.
A ação foi sorteada para o ministro Ricardo Lewandowski nesta segunda (3).
Na semana passada, a Primeira Turma do STF suspendeu o julgamento do recebimento de uma denúncia contra Bolsonaro, acusado de racismo em relação a quilombolas, refugiados e outros grupos.
Bolsonaro foi alvo da denúncia de racismo em abril. Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ele “usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais”, durante uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em 2017.
O presidenciável já é réu em outras duas ações penais no Supremo, que tramitam em conjunto, sob a acusação de incitar o crime de estupro em um episódio em que disse à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estupraria porque ela não merecia.