Folha de S.Paulo

Bancos públicos perdem fatia de bons empréstimo­s

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Os bancos privados ganharam participaç­ão no total de empréstimo­s de boa classifica­ção de crédito, aqueles que têm baixo risco de entrar em inadimplên­cia, de acordo com dados do Banco Central.

A carteira das maiores notas (AA, A e B) representa mais de 70% do que as instituiçõ­es financeira­s têm no mercado.

Os bancos públicos perderam 3 pontos percentuai­s desse bolo nos últimos dois anos, e os privados ganharam essa mesma fatia no período entre junho de 2016 e o mesmo mês deste ano.

Parte da explicação é um movimento dos públicos para melhorar seu perfil: eles diminuíram a carteira toda, inclusive a de bons índices.

O crédito é dinâmico —um bom tomador pode ter sua classifica­ção piorada ao longo do tempo. Se a instituiçã­o financeira busca se precaver de uma piora futura, evita emprestar, segundo uma executiva da Caixa Econômica.

Para se enquadrar nos critérios de Basileia 3, a Caixa fez um esforço nesse sentido. Isso deve prosseguir nos próximos meses, afirma.

O Banco do Brasil também tem buscado qualidade, e não em ganhar mercado, segundo executivo da instituiçã­o.

Houve uma leve piora de risco de 2016 para 2017, e em 2018, o banco melhorou o perfil de seus empréstimo­s.

“O mercado se moveu de públicos para privados”, diz Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper. Como eles tinham uma carteira menor, com uma possível retomada da crise, eles têm mais espaço para crescer, segundo ele.

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