Astrônoma resgata meteoritos de sala com teto caindo
Pedaços do teto da sala da astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto ainda caíam quando a pesquisadora entrou no Museu Nacional por volta das 9h desta segundafeira (3) para resgatar parte da coleção de meteoritos da instituição, a maior do país.
Das 24 peças pequenas expostas, conseguiu salvar 18, antes de sair com receio de a estrutura desabar. “Tinha pedaços de reboco do teto caindo, precisei sair”, conta ela. Essas peças resgatadas devem ser levadas a outros prédios do museu, diz a pesquisadora.
Os meteoritos maiores não sofreram danos, diz Zucolotto. É o caso do meteorito de Bendegó, o maior do país, descoberto no sertão da Bahia em 1784 e parte do acervo do Museu Nacional desde 1888. A peça não foi retirada: tem 5,36 toneladas. Também intacto está o de Santa Luzia, com 1,98 toneladas. Ambos são constituídos majoritariamente de ferro.
O acervo total de meteoritos do museu, contando os expostos e os que estão fora de exposição, tem mais de 400 peças, afirma a pesquisadora.
Ela conta que soube do incêndio após receber um telefonema de uma vizinha na noite de domingo. “Parecia que alguém da família tinha morrido. A gente ligou a televisão, viu a notícia e correu para cá”, conta ela. Funcionários retiraram computador e microscópios de sua sala, o que reduziu, ainda que minimamente, suas perdas.
“A gente ainda está avaliando o dano”, afirma ela, antes de desligar a ligação com pressa. “Tenho que ver onde tem produtos químicos que podem explodir”, justifica.
Era um clima de muita comoção, de empenho, mesmo correndo risco Eduardo Serra pró-reitor da UFRJ