Folha de S.Paulo

Ex-assessor de Trump cooperará com investigaç­ão

- Júlia Zaremba

Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Donald Trump, vai cooperar com a equipe que investiga as relações entre a eleição de 2016, vencida pelo republican­o, e a Rússia. A decisão é um revés para o presidente dos EUA.

O ex-chefe de campanha do presidente Donald Trump, Paul Manafort, decidiu nesta sexta (14) cooperar com a equipe do procurador especial Robert Mueller, que investiga as relações entre o pleito de 2016 e a Rússia.

A decisão representa um revés para Trump antes das eleições legislativ­as de novembro e poderia aumentar as chances de um impeachmen­t, dependendo do que for revelado.

Manafort aceitou ser interrogad­o com o advogado pre- sente e fornecer textos e documentos, segundo a Reuters. Ele também teria concordado em testemunha­r perante qualquer grande júri e em qualquer julgamento.

Manafort poderia falar sobre questões como o conluio entre a campanha do republican­o e Moscou. Junto do filho mais velho e do genro de Trump, ele esteve na reunião realizada em junho de 2016 na Trump Tower com uma advogada russa que teria informaçõe­s compromete­doras sobre Hillary Clinton, democrata com quem o republica- no disputava a eleição.

Como parte do acordo com Mueller, Manafort se declarou culpado de duas acusações de conspiraçã­o —contra os Estados Unidos e para obstruir a Justiça. Os investigad­ores do caso derrubaram cinco das sete acusações contra ele.

O ex-chefe de campanha ainda não foi condenado. Por ora, continuará na cadeia, onde está desde junho, após ter sido acusado de tentar interferir no depoimento de duas testemunha­s. O acordo diz que ele pode pegar até dez anos de prisão por esses dois crimes.

Além dele, outros quatro assessores de Trump já se declararam culpados de acusações ligadas à investigaç­ão de Mueller: Michael Cohen, ex-advogado do presidente; Michael Flynn, ex-conselheir­o de segurança nacional; Rick Gates, ex-vice presidente da campanha; e George Papadopoul­os, ex-conselheir­o de campanha.

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que a decisão “não tem absolutame­nte nada a ver com o presidente ou com sua campanha presidenci­al vitoriosa”. O advogado do presidente, Rudolph Giuliani, afirmou que “o presidente não fez nada de errado e Paul Manafort vai dizer a verdade.”

Trump elogiou o ex-chefe de campanha no mês passado, antes que ele tivesse feito o acordo. “Ao contrário de Michael Cohen, ele se recusou a ‘quebrar’ —inventar histórias para conseguir acordo. Muito respeito por um homem corajoso!”, escreveu Trump.

No mês passado, Manafort foi condenado por oito acusações de fraude, em caso anterior ao período em que trabalhou na campanha de Trump.

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