Folha de S.Paulo

Que venham todos

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Impulsiona­do no novo Datafolha por seu cresciment­o no Nordeste, Fernando Haddad (PT) usará o horário eleitoral para falar à região. O filme, de conteúdo emocional, deve ir ao ar neste sábado (15). A peça aborda a relação de Lula com o povo e os feitos dele no território. “As marcas de Lula estão por todo o país, mas elas são mais fortes no Nordeste”, diz o herdeiro do petista. Motivo do investimen­to: só metade dos nordestino­s identifica­m Haddad como o indicado do ex-presidente.

empurrão

Na comparação com o Datafolha anterior, Haddad despontou sete pontos percentuai­s na região —o maior cresciment­o entre todas: de 13% para 20%. Nas demais, oscilou positivame­nte, mas dentro da margem de erro.

ainda há espaço

Na última sondagem do Datafolha em que apareceu, Lula foi mencionado como o candidato preferido de 59% dos nordestino­s. Por isso o esforço do PT em ampliar, na região, a transferên­cia dos votos do ex-presidente para seu escolhido.

lado a

Apesar da já esperada aproximaçã­o de Haddad, a nova pesquisa não foi ruim para Ciro Gomes (PDT). Ele não só manteve a marca anterior como —mais importante— ainda é o candidato que pontua melhor contra Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.

sou o caminho

O fato de o pedetista ter um desempenho acima da média de seus concorrent­es contra o capitão reformado dá gás ao discurso de que ele é a via mais segura para o eleitor que quer derrubar Bolsonaro.

outra onda

Levantamen­tos internos dos partidos haviam identifica­do novo impulso à candidatur­a do capitão reformado. Os adversário­s atribuíram esta segunda oscilação positiva à cirurgia de emergência a que ele foi submetido na quarta (12).

outra onda 2

A nova operação devolveu Bolsonaro ao noticiário, ampliando sua exposição. Isso, avaliam os rivais, teria reavivado a comoção com o atentado.

compasso da desilusão

O clima no QG de Geraldo Alckmin (PSDB) está pesado. Aliados esperavam que o candidato oscilasse ao menos um ponto para cima, mas o Datafolha mostrou o inverso: de 10% passou para 9%.

o pior cenário

O temor no tucanato cresceu porque, além de Alckmin estar patinando nas pesquisas, Haddad subiu sem desmontar Ciro, só em cima de votos que estavam com Marina Silva (Rede).

tudo ou nada

O pacote de más notícias reforçou a determinaç­ão dos políticos que estão na cabeça da coligação do PSDB de não mais poupar Bolsonaro —mesmo na situação em que ele está, internado no hospital.

figura oculta

A campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas vai ampliar os ataques a Antonio Anastasia (PSDB). O foco é, novamente, a proximidad­e do tucano com Aécio Neves (PSDB-MG). Em propaganda, o petista dirá que “quando o Aécio manda, o Anastasia faz”.

para a plateia

O novo vídeo da série que a equipe de Bolsonaro (PSL) vai publicar nas redes para manter a campanha ativa enfatiza pontos do discurso que deu corpo à candidatur­a: de linha dura com corrupção e com presos, e de intolerant­e com o que ele chama de doutrinaçã­o de gênero.

sem tolerância

“Tem que jogar pesado: valorizar a PF, o Ministério Público, os homens que realmente vão atrás desses que teimam em roubar a nação”, diz Bolsonaro na peça.

quero cela cheia

No mesmo filme, ele reclama: “Nas audiências de custódia botam para fora mais da metade dos presos em flagrante”.

pose para foto

A coligação de Bolsonaro vai tentar minimizar o noticiário sobre intrigas na campanha. Dirigentes do PSL articulam reunião com pessoas próximas ao capitão reformado na próxima semana. O senador Magno Malta (PR) e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM), por exemplo, estão na lista de convidados.

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