Candidatos criticam proposta de Mourão sobre Constituição
Marina e Alckmin rebatem vice de Bolsonaro; deputado segue estável na UTI
Os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) criticaram declaração do candidato Hamilton Mourão (PRTB), vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), que defendeu uma nova Constituição para o país, mas não necessariamente redigida a partir de uma Assembleia Constituinte.
“Isso não tem sentido do ponto de vista jurídico e, de outro lado, é perda de tempo. Vamos perderum, doisanos” ,afirmou Alckmin nesta sexta (14), ao cumprir agenda de campanha no Rio Grande do Norte.
Na quinta (13), Mourão havia dito em Curitiba: “Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo”. Para ele, a elaboração da nova Carta poderia envolver uma comissão de notáveis, que depois submeteria o texto a um plebiscito.
Em resposta, a candidata à Presidência da Rede, Marina Silva, disse que qualquer mudança na Constituição sem Assembleia Constituinte é “uma forma de golpe”.
“Qualquer coisa que não seja pelo voto soberano da sociedade elegendo seus constituintes é querer estabelecer uma constituinte mediante uma forma de golpe”, disse, durante caminhada em Taguatinga, no Distrito Federal.
“Na democracia, a Constituição é mudada legitimamente por representantes eleitos da sociedade.”
Ela afirmou ainda: “A nossa democracia é a melhor forma de resolvermos os nossos problemas, de encontrar as nossas soluções”, afirmou a candidata.
“Nem arroubos de saudosismo autoritários e nem qualquer outra coisa, este é o momento de os brasileiros serem guiados pela Constituição.”
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), candidato à reeleição, também criticou a proposta. “Não há hipótese de poder sem voto”, disse.
O candidato a vice de Bolsonaro, que é general reforma- do, vem ganhando visibilidade devido à hospitalização do presidenciável e pelo teor de suas declarações.
Em entrevista à GloboNews na semana passada, ele comentou a hipótese de um presidente empregar as Forças Armadas em um “autogolpe”.
Mourão tem se tornado alvo de críticas de adversários que tentam desgastar a candidatura de Bolsonaro.
Nesta semana, Ciro Gomes (PDT) chamou o vice do presidenciável do PSL de “jumento de carga” por ele ter afirmado que os militares são “profissionais da violência”.