Collor desiste de disputar o governo de Alagoas e culpa aliados
O ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTC) anunciou nesta sexta-feira (14) a sua desistência da disputa pelo governo de Alagoas. Ele era o principal nome da oposição ao governador Renan Filho (MDB), que concorre à reeleição.
Em um vídeo publicado nas suas redes sociais, Collor alegou falta de reciprocidade dos aliados para justificar a sua decisão.
“Todos sabem o meu destemor. Cumpro minha palavra, mas peço reciprocidade. Na ausência dela perde sentido a missão a mim atribuída. Sem unidade, perde a candidatura o seu significado de existência”, afirmou.
Collor entrou na disputa pelo governo de Alagoas amparado por uma coligação com oito partidos, incluindo as principais siglas da oposição no estado, como PSDB, PP, DEM e PSB.
Contudo, a impopularidade do ex-presidente —rejeição de 50% dos eleitores, segundo pesquisa Ibope divulgada em agosto— fez com que grande parte dos candidatos a deputado da coligação buscassem não se associar à candidatura de Collor.
Um dos candidatos a senador da chapa, o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB), fazia campanha de forma independente e não subia no mesmo palanque que o expresidente.
“Não vou fazer uma campanha ao lado de pessoas que para mim deveriam estar na cadeia”, disse Cunha à Folha há duas semanas.
Presidente do Brasil entre 1990 e 1992, quando deixou o cargo após ser alvo de um processo de impeachment, Collor disputava o governo de Alagoas pela terceira vez.
Ancorado numa campanha de perfil populista, ele buscou reeditar sua marca de “pai dos pés-descalços e descamisados”, colocando-se como um candidato sensível às demandas população mais pobre.
Com a desistência de Collor, a coligação deve buscar um novo candidato para encabeçar o palanque da oposição. O nome mais cotado é o do vereador em Maceió Eduardo Canuto (PSDB).
Collor chegou a flertar com a candidatura presidencial pelo PTC, mas desistiu na última hora para se dedicar ao projeto alagoano que agora abandona.