Folha de S.Paulo

Ganso busca recuperar seu futebol em pequeno clube francês

- Lucas Neves

AMIENS LILLE

15h, estádio Crédit Agricole

Conhecida por sua monumental catedral gótica, Amiens, no norte da França, quer ser o altar da redenção de Paulo Henrique Ganso, 28, que amargou um purgatório de dois anos no Sevilha (ESP) e deve vestir, neste sábado (15), às 15h (de Brasília), o uniforme do clube que leva o nome da cidade pela primeira vez, contra o Lille.

A escalação do ex-santista, revelado ao lado de Neymar no fim dos anos 2000, não está confirmada, mas a imprensa francesa tem noticiado que ele só cruzou a fronteira pela promessa de ser titular, ao contrário do que aconteceu em sua última equipe, pela qual disputou só 18 jogos do Espanhol em dois anos.

Nunca se viram tantos microfones em uma entrevista coletiva do time quanto na sexta (7), sua apresentaç­ão.

Não é à toa que o treinador Christophe Pélissier busca conter a euforia da torcida. “Queremos levá-lo de volta ao alto nível, mas sabemos que isso não vai ser da noite para o dia. Cabe a nós devolver a ele o prazer de jogar”, diz.

Em sua transferên­cia do São Paulo à Europa, surgiram as primeiras dúvidas sobre a adequação de seu estilo (de técnica refinada, mas sem velocidade e explosão) ao padrão das melhores ligas de clubes.

“Talvez ele precise ser mais intenso naquilo que sabe fazer, além de ter um esforço no plano defensivo, em nome da equipe”, observa o treinador.

O presidente do Amiens, Bernard Joannin, diz que o clube (13º colocado entre 20 na edição 2017 do Francês) tem se especializ­ado em “reconstrui­r carreiras”. Dá como exemplo o atacante congolêsfr­ancês Gaël Kakuta, que em 2009, aos 18 anos, tornou-se o mais jovem atleta a ser escalado como titular do Chelsea pela Liga dos Campeões.

Acumulando passagens por equipes de cinco países desde então, o jogador foi parar no Amiens na temporada passada, onde conseguiu se reerguer para ir ao Rayo Vallecano (ESP), que acabou de regressar à primeira divisão.

“Não se trata de um golpe de marketing”, afirma Joannin. “Ter atraído Ganso é ótimo para o clube, é claro. Mas foi ele mesmo que quis vir [o meia teria recebido propostas do AEK Atenas e do próprio Santos], por causa do ambiente mais tranquilo.”

Veio a família, mas o dinheiro ficou na Espanha. Segundo um canal de TV francês, o salário de Ganso estaria na casa dos 480 mil euros (R$ 2,3 milhões), a serem bancados majoritari­amente pelo Sevilha, que o emprestou por um ano.

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