Suspeitos de envenenamento têm elo com Kremlin, diz jornal
Documentos revelados por jornalistas neste sábado (15) indicam que suspeitos de usar o agente neurotóxico Novitchok em Salisbury (Inglaterra) para tentar matar um exespião têm laço com o Ministério da Defesa russo.
As autoridades britânicas acusaram, no dia 5 de setembro, Alexander Petrov e Ruslan Boshirov de conspiração para assassinar Sergei e Yulia Skripal e o detetive-sargento Nick Bailey. O ex-espião russo e a filha foram encontrados em colapso no dia 4 de março, e o policial ficou doente após tentar ajudá-los.
Os promotores dizem que Petrov e Boshirov trabalham para a inteligência militar russa, fato que o presidente Vladimir Putin nega. Mas o passaporte de um deles traz marcado “secreto” e um número de telefone com o pedido “Não dê informações”.
O número, descoberto pelo jornal Observer, é da recepção do Ministério da Defesa da Rússia, onde um funcionário se negou a falar.
Os dados e os documentos dos suspeitos foram publicados pela Bellingcat, plataforma online iniciada com investigações sobre os ataques na Síria, e pela agência russa The Insider. Ambos os sites também se especializaram em descobrir informações sobre soldados russos ativos na Ucrânia desde 2014.
Uma página sobre Petrov obtida pelas agências de notícias traz pouca informação biográfica e nenhum dado antes de 2009. Especialistas dizem que isso é raro para um homem de 39 anos, e que o departamento que emitiu seu passaporte só o faz para funcionários do governo.
O Ministério das Relações Exteriores russo rejeitou o relatório e informou crer que o Bellingcat tem laços com a inteligência ocidental. Na semana passada, dois suspeitos disseram à TV russa que visitaram Salisbury nas férias, mas negaram trabalhar para a inteligência russa.
Neste sábado (15), a Suíça informou ter prendido dois russos que tentaram invadir o laboratório Spiez, que analisa provas do caso Skripal, e por tentar atacar servidores da Agência Mundial Antidoping. A Rússia nega ligação com os casos. INUNDAÇÃO