Cafés da manhã de SP ganham brasilidades
Casas paulistanas reforçam café da manhã com itens nacionais
Na comida da manhã no Brasil, ensina o estudioso Câmara Cascudo (1898-1986), o pão “comparecia nas cidades e não [era] muito regular nas refeições modestas”. Reinavam itens locais, como “leite com cuscuz ou cuscuz com leite de coco” e paçoca, banana, mingau ... “O café é ligado a ingredientes de sustança, vindos da nossa cultura rural. Herdamos esses elementos hoje”, explica Paulo Machado, pesquisador do instituto homônimo. Não é que rapadura, cuscuz e tapioca começam a abocanhar café continental?
E,é claro, tem também quem queira dedicar mais fôlego ao Brasil. Caso dachef Heloisa Bacellar, que lança o projeto Cafés da Manhã do Brasil no Lá da Venda.
Nele, a chef vai passear por uma região do país a cada dois meses —a começar pelo Nordeste, resgatando as manhãs de infância que passava na Paraíba, quando via chegar “bacias fartas de caju” direto da fazenda.
Quem estiver com desejos de relembrar ares mineiros pode comparecer ao Kitanda Brasil, da chef Tanea Romão, a partir do dia 12 de outubro. Lá, ela vai resgatar em uma grande mesa “aquela coisa aconchegante de casa”, com biscoito de polvilho frito, geleias e outros itens feitos na hora, como mingau de fubá e viradinho de banana.
Uma bela homenagem ao quebra-torto, como se costuma chamar o café da manhã típico do Pantanal, explica Paulo Machado.