Folha de S.Paulo

Marina condena ataque a página de mulheres

- João Pedro Pitombo e Mario Cesar Carvalho

salvador e são paulo Atacada por hackers no sábado (16), a página de Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, criada por eleitoras que rejeitam o presidenci­ável do PSL, foi restaurada no início da tarde deste domingo (17).

O grupo, que havia sido criado há duas semanas e reuniu centenas de milhares de participan­tes, teve o nome mudado no ataque para “Mulheres com Bolsonaro #17” —referência ao número do candidato.

A foto de capa da página foi alterada para uma de Bolsonaro com uma bandeira do Brasil. As administra­doras do grupo foram excluídas.

O grupo, que era fechado apenas para participan­tes inscritos e se dizia apartidári­o, informava em sua descrição ter sido criado contra o fortalecim­ento “do machismo, misoginia e outros tipos de preconceit­os representa­dos pelo candidato Jair Bolsonaro e seus eleitores”.

Uma das administra­doras que teve os dados hackeados registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Vitória da Conquista (BA).

O caso será investigad­o pelo Grupo Especializ­ado de Repressão a Crimes por Meios Eletrônico­s da Polícia Civil da Bahia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, ainda não há informaçõe­s sobre a autoria do ataque.

Em nota, o Facebook disse que suspendeu o grupo da rede após o ataque. “O grupo foi temporaria­mente removido após detectarmo­s ativida- de suspeita. Estamos trabalhand­o para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administra­doras”.

Neste domingo (16), milhares de pessoas protestara­m contra o ata quenas redes sociais,levando ah ashtag#Mu- lh eres Contra OBolson ar opara os trending topics —assuntos mais comentados do Twitter.

Também foram usadas as hashtags #EleNão e #EleNunca nos protestos nas redes.

Um dos filhos de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), desqualifi­cou a criação do grupo. Ele disse que a página inicialmen­te era de teor cômico e afirmou que o jornal britânico The Guardian estava publicando fake news sobre o caso.

A presidenci­ável Marina Sil- va (Rede) foi uma das que manifestar­am solidaried­ade às mulheres do grupo.

“Estamos diante de uma situação semelhante à que aconteceu nos Estados Unidos [na campanha presidenci­al de 2016]: setores autoritári­os querendo influencia­r as eleições, abusando do poder econômico, de forma ilícita, para atrapalhar o processo democrátic­o.”

Segundo ela, esse tipo de prática “está ganhando proporção inaceitáve­l”.

A presidenci­ável também comparou a ação dos hackers com ataques que sofreu em sua campanha de 2014. O si teda candidata chegouà época aficar for adoar.

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Divulgação Marina Silva (Rede), em campanha em São Paulo neste domingo (16), quando criticou ataque de hackers

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