Ataque a Bolsonaro
Maria Rita Kehl abordou o atentado contra Bolsonaro com uma sensibilidade que convoca fantasmas recalcados (“Você tem medo de quê?”, Tendências / Debates, 16/9). Professora da USP, vivi sob a ditadura boa parte da minha vida adulta e posso atestar que temo a violência estatal impune. Tenho pavor da repressão que invadia nossas salas de aula levando alunos para calabouços onde permaneceriam presos, eram torturados e, muitas vezes, mortos. Temo que a atual campanha alimente a violência física estatal, defendida por Jair Bolsonaro (PSL) e inimiga da democracia.
Heloísa Fernandes, socióloga
(São Paulo, SP)
Há certa relevância histórica, digamos, na figura de Janaina Paschoal (“Depuração em risco”, Tendências / Debates, 16/9). Por isso, qualquer um ficaria embasbacado diante de uma especialista em direito penal que apoia uma candidatura com fortes traços autoritários, como a de Bolsonaro. Ao se aliar a esse tipo de discurso, Janaina cai em descrédito, porque revela enorme contradição entre a defesa que faz do Estado de Direito e o apoio que dá a quem deixou claro que os limites legais podem e devem ser ultrapassados quando a causa for justa. Adilson Fornazieri Maturana (Lagoa Santa, MG)