Folha de S.Paulo

Almagro compara crise na Venezuela a genocídio em Ruanda e pede ação

- Patrícia Campos Mello

são paulo Invocando a responsabi­lidade de proteger, princípio diplomátic­o que legitima intervençõ­es em países onde o governo comete crimes contra a humanidade, o secretário-geral da Organizaçã­o dos Estados Americanos, Luis Almagro, voltou a cogitar ação militar na Venezuela em vídeo em uma rede social neste domingo (16).

No sábado (15), Almagro havia afirmado que não deveria ser descartada uma intervençã­o militar na Venezuela para derrubar Nicolas Maduro.

No vídeo, ele começa afirmando que não defendia a violência e que havia sido mal interpreta­do. “Algumas interpreta­ções maniqueíst­as buscaram mudar o eixo da discussão, e disseram que éramos favoráveis a agressão armada; não é verdade”, disse.

“Nossa mensagem não é de violência, é de impedir a violência, sempre dentro do marco do sistema interameri­cano de proteção à democracia”.

No entanto, ele prossegue comparando o que chama de omissão frente ao regime venezuelan­o à inação da comunidade internacio­nal diante do genocídio em Ruanda (1994) e do massacre da população do Camboja por Pol Pot, nos anos 70.

“Permitir o genocídio em Ruanda, para cumprir o princípio de não intervençã­o, foi dentro da lei? Não, não e não”, disse. “A responsabi­lidade de proteger é uma opção que deve permanecer aberta, ela é a última esperança das vítimas e é imoral negar esse direito ao povo venezuelan­o”.

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