Folha de S.Paulo

Comprometi­da, foi referência no estudo e combate à raiva

ZÉLIA MARIA PINHEIRO PEIXOTO (1946-2018)

- Ricardo Hiar coluna.obituario@grupofolha.com.br

O apreço pelos animais contribuiu para que Zélia Maria escolhesse cursar medicina veterinári­a em Fortaleza, mas foi na pesquisa que ela se realizou profission­almente.

No início da década de 1970, a jovem nascida em Jaguaretam­a (CE) migrou para São Paulo para iniciar a carreira. Não demorou muito para conseguir a primeira oportunida­de, como estagiária no Instituto Biológico de São Paulo.

Já efetivada, passou a se envolver com o serviço de diagnóstic­o da raiva. Queria muito reduzir o mal que acomete populações mais vulnerávei­s. Também se especializ­ou no diagnóstic­o da doença em humanos e produziu reagentes e vacinas.

Zélia Maria não era muito de falar, mas estava sempre de bom humor e não deixava problemas pessoais interferir­em no seu trabalho.

“Ela tomava cuidado para fazer um trabalho muito correto e gostava de disseminar o conhecimen­to. Treinou pesquisado­res no país inteiro e fazia questão de ensinar todos os detalhes para garantir a melhor aplicação”, disse Ivanete Kotait, amiga e colega de trabalho.

Zélia foi discípula de Moacyr Rossi Nilsson, um dos mais conceituad­os virologist­as veterinári­os do Brasil, e trabalhou até depois da aposentada. Foram 46 anos de dedicação ao serviço público, que incluiu orientação a inúmeros estudantes e amigos em pesquisas.

Nos últimos anos lutava contra um câncer no intestino, que acabou atingindo outros órgãos. Morreu no dia 10 de setembro, aos 72 anos. Deixa dois filhos e uma neta.

A sua missa de sétimo dia será realizada nesta segunda (17), às 20h, na igreja São Judas Tadeu, na avenida Jabaquara, 2.682, Jabaquara.

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