Folha de S.Paulo

PAINEL DO LEITOR

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Eleições

Ė necessário que os candidatos do campo democrátic­o se reúnam e, assim como condenaram corretamen­te o atentado que Bolsonaro sofreu, condenem a declaração do candidato do PSL (“Bolsonaro diz que não aceita resultado que não seja vitória”, Eleições 2018, 29/9). Em uma democracia não se pode concorrer num pleito e deslegitim­á-lo ao mesmo tempo. É um discurso antidemocr­ático, que visa buscar apoio a atitudes extremas contra qualquer concorrent­e que ganhe dele. Adilson Fornazieri Maturana (Lagoa Santa, MG) Hamilton Mourão não é um papagaio (“Vice de Bolsonaro critica 13º, recebe reprimenda pública e abre nova crise”, Eleições 2018, 28/9). Ele tem ideias próprias, não é como outros que saem repetindo as palavras ensinadas em “aulas” de marqueteir­os. O que o general disse sobre os pagamentos de 13º salário e férias é uma realidade. Trata-se de fatores que pesam para as empresas, basta ouvir empregador­es e empresário­s. E falar o que pensa não é pecado. Acho salutar políticos emitirem opiniões próprias. Arcângelo Sforcin Filho (São Paulo, SP)

Uma voz isenta e equilibrad­a no meio de polarizaçõ­es alucinadas (“Mitos sobre um governo de Bolsonaro”, de Steven Levitsky, Eleições 2018, 28/9). O autor faz um arrazoado do momento dramático em que nos encontramo­s diante de péssimas escolhas para a democracia brasileira. Dois partidos autoritári­os, cada um a seu modo, que estão a exigir das cabeças pensantes do país um mínimo de comediment­o e moderação. Existe um meio termo saudável para a pacificaçã­o da nação, que encontrase disfuncion­al e dividida numa disputa fraticida. Ângela Luiza S. Bonacci (Pindamonha­ngaba, SP)

As eleições, que poderiam representa­r uma esperança de transforma­ção de um país que passa por sua crise mais profunda, transforma­ram-se em uma batalha que divide a nação. Caminhamos para eleger o presidente menos odiado que mesmo assim será rejeitado por quase metade da população quando assumir o cargo. O ódio não pode conduzir nossas escolhas em um momento tão delicado. André Pedreschi Aluisi (Rio Claro, SP)

Muito boa a reflexão de Hélio Schwartsma­n no texto “Uma eleição anormal” (Opinião, 28,9), trazendo a contribuiç­ão da psicologia social clássica para compreende­r a atual situação eleitoral no Brasil. Radicaliza­ção é um fenômeno psicossoci­al que conduz à perda da consciênci­a crítica e ao risco da regressão coletiva. Jorge Zacharias (São Paulo, SP)

Como recordar é viver, vamos lembrar: o PT diz que vai consertar o país. Presidente­s da República: de 2003 a 2010, Lula; de 2011 a 2016, Dilma Rousseff; desde 2016, Michel Temer. Perceberam quem arrasou o país?

Regina Athayde (São Paulo, SP)

Tenho estranhado a estratégia de Geraldo Alckmin em atacar Bolsonaro. Concordo com a análise do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre o erro dessa escolha (“‘Críticas a Bolsonaro têm que parar’, diz Cunha Lima”, Eleições 2018, 28/9). Imagino que o ex-governador paulista optou por disputar os votos de centro-direita, mas Bolsonaro já está muito distante dele. Alckmin deveria, há tempos, ter se concentrad­o em Haddad. Neste momento, o importante é conseguir chegar ao segundo turno. Antonio Pedro da Silva Neto (Itanhaém, SP)

Lula

É inegável o interesse jornalísti­co na entrevista de Lula, hoje o maior líder popular do país. Não há como não falar na volta da censura (“Luiz Fux proíbe Folha de entrevista­r Lula e determina censura prévia”, Eleições 2018, 29/9). A ditadura está na nossa porta. Ricardo Romanelli Filho (Pinhais, PR)

Parabéns ao ministro Fux. Lula é um preso condenado, apesar de a pena estar sendo cumprida em seu “escritório” na sede da PF. Não há motivos para a Folha querer entrevistá-lo. Lamentável e descabida a insistênci­a do jornal.

Luiz Henrique Soares Novaes (Santos, SP)

Injustific­ável a decisão censurador­a do ministro Fux. Não iria uma entrevista interferir no “bom funcioname­nto da democracia” ou desinforma­r o eleitor, e sim representa­r legítima e isenta atividade jornalísti­ca da Folha. Márcio Peixoto Lauretti (Socorro, SP)

Participaç­ão política

Não faz sentido o cidadão atuar só pelo voto. Exigir transparên­cia dos atos da administra­ção pública sen saber o que fazer com os dados coletados nada nos ajuda no controle dos gastos. Para realmente participar do orçamento de nossa cidade temos de garantir ao cidadão o poder de intervir, de pensar e de propor de maneira contínua o destino do dinheiro público. É um debate atual e universal para garantir a boa gestão dos recursos públicos (“‘Não faz sentido ao cidadão atuar só pelo voto’”, Cotidiano, 27/9). Maria Consuelo A. Jóia (Ouro Fino, MG)

Cracolândi­a

Uma “tenda de acolhiment­o” (“Covas estuda plano para tirar a cracolândi­a do centro de SP”, Cotidiano, 28/9).Puxa! Por que não pensamos nisso antes para não precisar mais tropeçar naquelas pessoas? Nada como levar o pacote todo para bem longe de nossos olhos. Que ideia inovadora, com cheirinho de século 19. Ana Beatriz Goulart de Faria (São Paulo, SP)

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