Folha de S.Paulo

PSDB e MDB têm chances de emplacar mais governador­es

Candidatos dos dois partidos estão bem na disputa em 8 estados; 10 governador­es podem ser eleitos no 1º turno

- Isabel Fleck

Em um momento em que a desilusão do eleitor com a política parece colocar em xeque os principais partidos políticos do país, pesquisas de intenção de voto mostram que duas dessas siglas — PSDB e MDB— são as que têm chance de emplacar mais governador­es em 2018.

Candidatos dos dois partidos estão bem na disputa em oito estados cada. Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, dois dos cinco maiores colégios eleitorais, PSDB e MDB se enfrentari­am no segundo turno. Hoje, os tucanos governam quatro estados, e o MDB, cinco.

O cenário é animador especialme­nte se comparado com o desempenho das duas siglas na corrida ao Planalto, em que Geraldo Alckmin (PSDB) segue estagnado em empate técnico com Ciro Gomes (PDT) no terceiro lugar. Henrique Meirelles (MDB) também continuouc­om2%napesquisa­Datafolha divulgada nesta sexta (28).

O PT, cujo candidato, Fernando Haddad, está em segundo lugar nas pesquisas, e o PSB trazem nomes fortes nas disputas de sete estados cada. Três governador­es petistas devem se reeleger ainda no primeiro turno: Rui Costa, na Bahia, Camilo Santana, no Ceará, e Wellington Dias, no Piauí.

No entanto, Minas Gerais, o estado governado pelos petistas com maior colégio eleitoral —15,7 milhões—, pode sair das mãos do partido. Fernando Pimentel, candidato à reeleição, tem, segundo o último Datafolha, 24% das intenções de voto, contra 33% de Antonio Anastasia (PSDB). Se o segundo turno fosse hoje, o tucano venceria por 46% contra 31% de Pimentel.

O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), secretário-geral do partido, contudo, diz que a sigla não deve comemorar antes.

“A eleição em Minas Gerais ainda não está ganha. E a eleição do Doria [em São Paulo] está sendo muito dura”, disse Pestana.

Em São Paulo, onde o PSDB governa desde 1995 —com exceção dos períodos em que vices de outras siglas assumiram em anos eleitorais, como é o caso de Márcio França (PSB) agora—, o tucano João Doria aparece tecnicamen­te empatado nas pesquisas com Paulo Skaf (MDB).

Na simulação de segundo turno do Datafolha, Skaf ganharia hoje de Doria por 41% contra 36%. A derrota em São Paulo seria a mais amarga para os tucanos.

“Consideran­do o quadro partidário muito pulverizad­o, o PSDB sempre teve uma presença forte nos estados. E tudo indica que continuará com uma posição expressiva”, diz Pestana.

“Governador­es são pontos de apoio a um projeto político e atores essenciais na vida nacional”, afirma.

Das 27 disputas nos estados e no Distrito Federal, pelo menos 10 podem ser encerradas já em 7 de outubro. Destas, 6 envolvem governador­es buscando a reeleição. Em 2014, 13 nomes foram eleitos no primeiro turno.

Nestas eleições, é provável que o número de reeleições seja maior que as 11 de 2014. Vinte governador­es disputam hoje mais um mandato, 17 deles com chances de vencer.

Em 16 estados e no DF, porém, o próximo governador só deverá ser conhecido em 28 de outubro. Em dez deles, a disputa segue embolada e é difícil apontar, a uma semanada eleição, quem deve seguir para o segundo turno.

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