Pyongyang diz que, com sanções, não se desfará de armas atômicas
O chanceler da Coreia do Norte, Ri Yongho, afirmou na AssembleiaGeral da ONU neste sábado (29) que a continuidade das sanções contra Pyongyang fazem aumentar a desconfiança em relação aos EUA.
“Sem nenhuma confiança nos EUA, não haverá confiança em nossa segurança nacional e sob essas circunstâncias não há como nos desarmarmos unilateralmente primeiro”, afirmou Ri.
A China e a Rússia defenderam que o Conselho de Segurança da ONU deve recompensar Pyongyang pelos passos já dados depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, se encontraram e prometeram trabalhar em conjunto em prol da desnuclearização da península Coreana.
“A percepção de que sanções podem nos colocar de joelhos é um sonho de pessoas que são ignorantes sobre nós. Mas o problema é que a continuidade das sanções estão aumentando nossa desconfiança”, disse Ri.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse na quinta: “A aplicação das sanções do Conselho de Segurança devem continuar com vigor e sem falhar até que realizemos a total, final e verificada desnuclearização”.
Ri afirmou que a Coreia do Norte tomou “medidas significativas e de boa-fé, como interromper testes nucleares e de mísseis balísticos, desmantelar a instalação de testes nucleares de maneira transparente e se comprometer a não transferir armas nucleares e tecnologia nuclear sob quaisquer circunstâncias”.
“No entanto, não vimos nenhuma medida correspondente por parte dos EUA.”
O Conselho de Segurança tem imposto sanções contra o regime norte-coreano desde 2006 como modo de impedir o financiamento dos programas de mísseis balísticos e nucleares do país.
A Coreia do Norte busca o fim formal para a Guerra da Coreia (1950-53), mas Washington quer primeiro o fim de seu programa nuclear e tem resistido a pedidos de relaxamento das sanções.
“Os EUA insistem em ‘desnuclearização primeiro’ e aumentou o nível das pressões para alcançar seu objetivo de maneira coercitiva e até faz objeções a uma ‘declaração do fim da guerra’”, disse Ri.