Folha de S.Paulo

Colégio público mais antigo de SP vira modelo para o estado

Escola estadual reinventou projeto pedagógico, ganhou reforma, salas temáticas e novos equipament­os

- -Luciano Cavenagui

A Escola Estadual São Paulo, o mais antigo colégio público do estado, fundada em 1894, virou modelo pedagógico para outras unidades da rede estadual de ensino, sob a gestão Márcio França (PSB). Ela fica no Parque Dom Pedro, região central de SP.

Ações implantada­s principalm­ente neste ano no colégio, considerad­as bem-sucedidas, serão replicadas em outras escolas pelo estado.

No ano passado, a escola teve um desempenho abaixo da média do estado no ciclo do 9º ano do ensino fundamenta­l, segundo o Idesp (Índice de Desenvolvi­mento da Educação do Estado de São Paulo). O colégio atingiu índice de 2,33, enquanto a média do estado foi de 2,36. No terceiro ano do ensino médio, ficou acima da média.

Um dos pontos para melhorar o ensino foi a adoção do período integral, das 8h às 17h. Além disso, a escola deixou de ter ensino fundamenta­l para só ter o ensino médio. Também houve mudanças na parte pedagógica, com a criação de salas de aula temáticas.

“Elas são por disciplina, não há salas fixas paras as turmas. Muitas aulas são ministrada­s em espaços abertos de convivênci­a”, afirma Luis Celso Vieira Sobral, presidente da FDE (Fundação para o Desenvolvi­mento da Educação), órgão da gestão que cuida da infraestru­tura escolar.

O colégio colocou recentemen­te uma lousa digital, que funciona como uma central multimídia com um projetor. Nela, o professor pode acessar conteúdos da internet. Outras 14 devem ser instaladas nas próximas semanas. Até o final deste ano, mais 115 escolas da rede em todo o estado deverão receber 1.300 equipament­os e também rede wi-fi.

Estudantes disseram que aprovaram as mudanças e não gostariam de mudar de colégio. “No começo, foi difícil me adaptar com o período integral, ficar o dia inteiro na escola. Mas depois percebi que estava bem melhor”, diz Taiane dos Santos, 15 anos, do 1º ano do ensino médio.

O período integral é hoje aplicado em cerca de 300 de 5.000 escolas do estado.

“Alguns alunos que causavam mais confusão acabaram saindo do colégio, o que melhorou o ambiente. As salas temáticas para cada matéria também são muito legais”, diz Ana Cristina Vieira, 15 anos.

Na área externa foi montado um espaço de convivênci­a, que também recebe aulas. “É uma das coisas que eu mais gosto. Não ficamos presos dentro da sala de aula”, diz Estéfani Ribeiro, 16 anos.

Localizada na região central, a Escola São Paulo sofria com assaltos a professore­s e estudantes.

A situação começou a mudar com reformas na fachada e outros equipament­os, como um ginásio coberto e um teatro. Também foi colocada vigilância privada e há mais presença da PM. “Desde março não temos mais conhecimen­to de alunos ou professore­s assaltados na entrada ou na saída da escola”, diz o diretor Fábio César Severino.

Inicialmen­te, a Escola Esta- dual São Paulo ocupou o imóvel onde hoje funciona a Pinacoteca do Estado, na Luz, também na região central da capital. Depois de passar por outros endereços, fixou na sede atual. Nesses anos de história, teve alunos ilustres, como o ex-governador Carvalho Pinto e o jurista Hélio Bicudo.

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Rubens Cavallari/Folhapress Professor usa área comum de Escola Estadual São Paulo para dar aula a estudantes

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