Folha de S.Paulo

Jovem morre após ser espancado no largo São Francisco

No local ocorria uma festa da atlética da Faculdade de Direito da USP; agressões foram registrada­s por câmeras

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Um jovem de 29 anos morreu após ser espancado por quatro homens na madrugada de sábado (29), no largo São Francisco, na região central de São Paulo, em frente à Faculdade de Direito da USP.

No local ocorria uma festa universitá­ria realizada pela atléticas XI de Agosto (da faculdade de direito), e Visconde de Cairu, da FEA (Faculdade de Economia, Administra­ção e Contabilid­ade). A área estava delimitada por grades e as agressões ocorreram fora do espaço cercado.

O espancamen­to foi registrado por câmeras de segurança na região e durou cerca de um minuto.

As imagens mostram quatro homens agredindo o jovem, que foi identifica­do pela polícia como Fernando Celestino de Jesus.

Fernando foi encontrado pelos policiais caído, com um ferimento na cabeça e incons- ciente. O Samu foi chamado, e a equipe de atendiment­o constatou a morte do rapaz no local.

De acordo com o boletim de ocorrência, foram apreendido­s com Fernando três vidros com substância­s líquidas, uma quantia em dinheiro e quatro sacos plásticos com um conteúdo que aparentava ser maconha.

Nenhuma testemunha foi localizada pelos policiais.

Em nota, as atléticas responsáve­is pela festa universitá­ria afirmam que nenhum dos envolvidos participav­a do evento eque, de acordo com relatos de pessoas que presenciar­am o espancamen­to, Fernando foi morto após suposto assalto a outros homens na região.

“Assim que houve notícia do ocorrido, membros da organizaçã­o acudiram ao socorro da vítima, disponibil­izando a assistênci­a dos médicos das ambulância­s da festa, conforme também registrado pelas imagens das câmeras de segurança”, afirma o comunicado.

Segundo anota, a equipe médica do evento constatou amor teda vítima e apo lícia foi acionada imediatame­nte.

Um estudante da FEA que estava na festa e não quis se identifica­r contou à reportagem que, ao ver o corpo embrulhado por uma manta térmica, por volta das 3h, perguntou aos seguranças do evento o que havia acontecido. Como resposta, ouviu que um jovem fugia de um grupo de homens, quando foi alcançado e espancado por eles.

De acordo com o estudante, os seguranças afirmaram que não agiram porque não tinham autorizaçã­o de atuar fora dos limites da festa. Ele afirma que também conversou com um morador de rua que confirmou essa versão.

A morte do jovem foi registrada no 8º Distrito Policial, do Brás, região central.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o Departamen­to Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) prossegue com as investigaç­ões por meio de inquérito policial para identifica­r os autores do crime.

O caso ocorre na mesma semana em que o estado divulgou balanço que aponta que os homicídios atingiram as menores taxas desde 2002, ano em que foi iniciada a série histórica.

Em agosto de 2018 foram registrado­s 233 homicídios dolosos. No mesmo mês de 2002, por exemplo, foram 912 assassinat­os, número 75% maior.

Coma redução alcançada, a taxa de homicídios no estado chegou ao patamar de 7,4 vítimas para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2002, o índice era de 33,1.

No país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as mortes violentas chega rama 30,8 crime sacada grupo de 100 mil em 2017. Ao todo, foram 63.880 pessoas assassinad­as nesse período.

O índice inclui homicídios dolosos, latrocínio­s, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais em confrontos e mortes decorrente­s de intervençõ­es policiais.

Segundo o levantamen­to da instituiçã­o (que conta com especialis­tas da área de segurança), São Paulo fechou ano passado com taxa de 10,7. Já o governo paulista usa outra metodologi­a, que exclui mortes provocadas por policiais.

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