Folha de S.Paulo

Americana acusa Cristiano Ronaldo, que nega suposto estupro

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A americana Kathryn Mayorga, 34, que acusa o jogador de futebol Cristiano Ronaldo de estupro, deu detalhes do suposto crime em entrevista à revista alemã Der Spiegel nesta semana.

Mayorga afirma que o caso teria ocorrido em junho de 2009, depois que os dois se conheceram numa casa noturna de Las Vegas, nos EUA.

No início do ano seguinte, 2010, foi assinado um acordo entre as partes, no qual Cristiano se compromete­u a pagar US$ 375 mil (R$ 1,5 milhão em valores de hoje) à suposta vítima, que, por sua vez, nunca mais falaria sobre o ocorrido.

A Spiegel já havia publicado sobre o caso há um ano e meio, usando como base documentos cedidos pela plataforma digital Football Leaks.

À época, porém, Mayorga seguiu o que o acordo determinav­a e se recusou a falar com a imprensa.

Agora, após trocar de advogado e a ver a repercussã­o do movimento #metoo, no qual mulheres contam histórias de abusos sofridos, ela resolveu dar detalhes sobre o caso.

Mayorga, nascida e criada em Las Vegas, diz ter conhecido Cristiano Ronaldo numa casa noturna da cidade. Segundo seu relato, os dois apenas conversara­m e ela lhe deu seu número de telefone.

Logo depois, Cristiano Ronaldo lhe enviou um convite para uma festa particular em sua suíte na cobertura do Palms Casino Hotel, um dos mais exclusivos da cidade.

Ela conta que foi ao local com uma amiga e que, chegando lá, o jogador lhe ofereceu roupas de banho para que entrassem na jacuzzi.

Mayorga foi ao banheiro para se trocar e ele a teria seguido, entrando no local com o pênis para fora da bermuda e pedindo para que ela o tocasse e o chupasse. Ainda segundo o relato da americana, ela se recusou e concordou apenas em lhe dar um beijo.

Depois do beijo, porém, Cristiano Ronaldo começou a tocá-la. Segundo Mayorga, ela falou “não” repetidas vezes até que um amigo do jogador apareceu no quarto e perguntou o que estava acontecend­o, o que deteve os avanços do português.

Ainda segundo o relato da americana, quando o amigo foi embora, Cristiano a puxou para o quarto e ela, mais uma vez, disse que não estava interessad­a em fazer sexo.

Mesmo assim, ele teria ten- tado tirar sua calcinha, ela usou a mão para proteger a vagina e Cristiano, então, fez sexo anal à força com Mayorga.

Ela diz ter quase certeza que, depois disso, o jogador pediu desculpas e perguntou se ela estava machucada. De joelhos, ele teria dito ser uma pessoa boa em 99% do tempo, mas não saber o que aconte- ce com o 1% restante.

Na época do suposto estupro, Cristiano Ronaldo tinha 24 anos e estava se transferin­do do Manchester United, da Inglaterra, para o Real Madrid por 94 milhões de euros (R$ 437 mi na cotação atual). Ele tinha acabado de ganhar seu primeiro prêmio como melhor jogador do mundo, em 2008 —já ganhou outros quatro desde então.

O jogador nega categorica­mente as acusações e diz que o sexo foi consensual. Seus advogados prometeram, inclusive, processar a revista alemã por ter publicado detalhes sobre o suposto abuso.

Em comunicado à Reuters, a Gestifute, empresa que cuida da gestão da carreira de Cristiano, chamou as alegações de Mayorga de “denúncia inadmissív­el de suspeitas na área da privacidad­e”. A Gestifute não respondeu a perguntas específica­s sobre o caso.

Eleito o melhor jogador do mundo em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017, Cristiano Ronaldo se transferiu do Real Madrid para a Juventus, da Itália, em julho deste ano por 100 milhões de euros (R$ 465 milhões na cotação atual).

A equipe italiana, também de acordo com a Reuters, se negou a responder sobre a denúncia de Mayorga.

Cristiano Ronaldo esteve em campo neste sábado (29) e participou dos três gols da equipe italiana na vitória por 3 a 1 sobre o Napoli, embora não tenha marcado nenhum.

A Juventus é líder do Italiano. Cristiano, porém, ainda não repetiu os gols dos tempos de Real Madrid. Foram apenas três até agora.

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Reprodução A americana Kathryn Mayorga

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