Folha de S.Paulo

Mulheres do campo

Presença feminina cresce, mas eles são mais de 80% da mão de obra, segundo Ministério do Trabalho HORA DO CAFÉ

- | Tiago Recchia

A participaç­ão das mulheres no mercado de trabalho do agronegóci­o aumentou dois pontos percentuai­s em dez anos, de acordo com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

As trabalhado­ras da agricultur­a, da pecuária e de serviços relacionad­os representa­vam 15% da mão de obra em 2007. A Rais (Relação Anual de Informaçõe­s Sociais), divulgada na sexta (28), mostra uma alta para 17% — 230 mil no total.

No caso das pequenas propriedad­es, uma parcela significat­iva do trabalho feminino não é contabiliz­ada, afirma Valdete Boni, pós-doutorada em gênero e campesinat­o e professora da Universida­de Federal da Fronteira Sul.

“O trabalho doméstico feito no campo pelas mulheres correspond­e a muito mais do que cuidar da casa e dos filhos, como nos centros urbanos”, diz.

O cultivo de hortas e a criação de pequenos animais são alguns dos exemplos citados pela pesquisado­ra.

“Essas atividades não são computadas porque não geram renda visível. É uma receita oculta, porque é consumida, trocada ou vendida em pequenas parcelas”, afirma ela.

A proporção de mulheres no setor tem aumentado, mas elas frequentem­ente estão à frente de pequenas produções, segundo Luiz Cornacchio­ni, diretor-executivo da Abag (Associação Brasileira do Agronegóci­o).

“A participaç­ão feminina ainda é insuficien­te. Muitas têm herdado propriedad­es nos últimos anos, então precisamos nos preocupar em formar lideranças”.

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