Presidenciáveis planejam mudar reforma trabalhista
Quatro dos principais candidatos à Presidência falam em ajustar a lei trabalhista aprovada no ano passado. Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) querem revogar o texto. Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) fazem críticas pontuais. Jair Bolsonaro (PSL) não planeja alterações.
JAIR BOLSONARO (PSL)
O capitão reformado do Exército votou a favor da reforma no ano passado, enquanto deputado federal. Em entrevistas a redes de televisão, disse que não pretende revogar o texto. Citou também uma frase que, segundo ele, ouvia dos empresários brasileiros de que “um dia o trabalhador vai ter de decidir: menos direito e emprego ou todos os direitos e desemprego” O ex-prefeito de São Paulo quer revogar o texto da reforma trabalhista na íntegra e substituí-lo por um Estatuto do Trabalho. Já há discussão para um estatuto do tipo parada em comissão no Senado. Um estatuto teria caráter de lei e regularia aspectos civis, processuais e penais a respeito das relações de trabalho CIRO GOMES (PDT)
O candidato afirma que vai revogar a reforma trabalhista, a qual já chamou por diversas vezes de “selvageria”. Diz que vai construir um novo texto com representações da sociedade.
Ciro critica pontos como o do trabalho intermitente, em que a prestação de serviços é combinada por horas, dias ou meses, sem a necessidade de continuidade GERALDO ALCKMIN (PSDB)
É a favor da manutenção da reforma, que considera um avanço por ter acabado, por exemplo, com o imposto sindical obrigatório. Diz que a medida põe fim a uma “herança getulista”. Em debates, no entanto, o ex-governador já afirmou que regras para grávidas e lactantes em locais insalubres poderiam ser ajustadas MARINA SILVA (REDE)
A candidata tem a avaliação de que a reforma trabalhista trouxe bons pontos para atualizar as relações de trabalho, mas classifica outros como draconianos, levando a uma condição pré-moderna. Defende revogações pontuais, como a permissão para mulheres grávidas trabalharem em condições insalubres e a possibilidade de redução de horário de almoço