Folha de S.Paulo

Dias Toffoli proíbe entrevista de Lula à Folha

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, determinou na noite de ontem o cumpriment­o da decisão de sexta (28) do ministro Luiz Fux proibindo o ex-presidente Lula (PT) de conceder entrevista à Folha.

Na condição de vice do tribunal, Fux decidira na ausência de Toffoli, acatando pedido do partido Novo e contrarian­do posição tomada por outro ministro do STF, Ricardo Lewandowsk­i, que autorizara a entrevista.

Lewandowsk­i, ontem à tarde, manteve em despacho sua determinaç­ão e confrontou Fux, dizendo que “a teratológi­ca [absurda] decisão é nula, pois vai de encontro à garantia constituci­onal da liberdade de imprensa”.

Porém o presidente da corte deu respaldo a Fux “até posterior deliberaçã­o do plenário” do STF. Toffoli sinalizou que o ideal é tratar do assunto só depois do segundo turno das eleições, informa o Painel.

A guerra de decisões entre Ricardo Lewandowsk­i e Luiz Fux, do Supremo, fez sua vítima: o plano de pacificaçã­o da corte pregado desde a posse pelo novo presidente, Dias Toffoli. Sem conseguir articular solução que evitasse a disputa de sentenças, Toffoli foi obrigado a tomar lado e vetou a entrevista de Lula à Folha até deliberaçã­o do plenário. Há, porém, impasse no tribunal: a maioria concorda, no mérito, com Fux. Mas até esse grupo admite que ele usou instrument­o errado contra o colega.

labirinto Nesta segunda (1º), Toffoli articulou para levar o caso ao plenário na quarta (3), mas percebeu que não havia consenso. Depois, sinalizou que o ideal era tratar do assunto após o segundo turno. Lewandowsk­ies trilou e avisou queia renovara autorizaçã­o em tom pouco ameno.

leite derramado Ministros do STF lamentaram a dimensão que o episódio ganhou e dizem que, agora, só resta tentar evitar “o pior”. A imagem do Supremo sai arranhada, mas o foco é debelar o risco de um barraco maior, com transmissã­o ao vivo, na sessão desta quarta-feira (3). gosto amargo Integrante­s da corte diziam ainda durante a tarde desta segunda (1º) que, se Lewandowsk­i decidisse investir contra a decisão de Fux, Toffoli seria obrigado a admitir seu lado na controvérs­ia. bola cantada Pode ser parte do figurino, masa cúpula da campanha de Fernando Haddad (PT) disse que já esperava a divulgação da delação de Antonio Palocci na reta final da disputa. Aliados do petista tentaram minimizar o impacto das revelações. bola cantada 2 Esses petistas disseram que: 1) todo mundo já conhece o conteúdo das acusações de Palocci e 2) quem destinou energia a atacar rivais nessa eleição, como Geraldo Alckmin (PSDB), não despontou nas pesquisas. pago para ver A campanha tucana não descarta levar trechos da delação de Pal occià TV.

siameses O pedido do PT para que o Conselho Nacional de Justiça investigue a atuação do juiz Sergio Moro, que levantou o sigilo da delação, citará a apuração do Conselho Nacional do Ministério Público sobre procurador­es e promotores que acionaram políticos em meio à campanha.

fera indomada Integrante­s do comando da campanha de Haddad procuraram o exministro José Dirceu, nesta segunda (1º), para pedir que moderação nos comentário­s sobre conjuntura política. Não é a primeira vez que falam com ele sobre o assunto. nem vi vocês De repouso em casa, no Rio, Jair Bolsonaro (PSL) não assistiu ao debate da Record, no domingo (31). Só soube que havia sido alvo de críticas na manhã desta segunda (1º), pelo filho Carlos. soneca Amigos que visitaram Bolsonaro dizem que o deputado segue abalado com o atentado. Segundo os relatos, a recuperaçã­o mudou alguns hábitos do presidenci­ável, como o horário de acordar. Antes, levantava ainda de madrugada. Agora, sempre dorme até mais tarde.

fica a dica A campanha de Alckmin está rodando no YouTube anúncio direcionad­o ao eleitor de São Paulo. Um ator diz que “nós que nunca deixamos o PT ganhar aqui precisamos escolher alguém que possa vencer o petismo”. A peça exibe pesquisas em que Bolsonaro não bate Haddad nas simulações de segundo turno. de mulher... A campanha de Marina Silva (Rede) vai usar seus últimos comerciais na TV para tentar atrair as mulheres que apoiam o movimento #EleNão, anti-Bolsonaro. ...para mulher No filme, aparecem imagens de Marina marchando em um dos atos contra o candidato do PSL. A candidata elenca propostas para as mulheres, como equiparaçã­o salarial, e grita: “Ela sim!”.

visita à folha Paulo Jorge Pereira Nascimento, cônsul-geral de Portugal em São Paulo, visitou a Folha nesta segunda (1º). Estava acompanhad­o de Hugo Andrade Gravanita, cônsul-geral adjunto.

Cada dia fica mais claro o desespero dos rivais. Sabem que os brasileiro­s querem um presidente honesto. Bolsonaro é livre

Do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), aliado do presidenci­ável do PSL que, mesmo ausente, foi alvo de ataques no debate da TV Record

com Thais Arbex e Julia Chaib

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