Folha de S.Paulo

Eymael questiona urna eletrônica e diz que houve fraude no passado

- José Marques

são paulo Em sua quinta eleição presidenci­al e sem nunca ter ultrapassa­do 1% dos votos válidos, José Maria Eymael (DC), 78, diz suspeitar que os maus resultados se devem à possibilid­ade de fraude na urna eletrônica. “Foi uma lástima o fim do voto impresso.”

Esse ano o sr. lançou o slogan “sinais, fortes sinais”. O

que significa? Você viu que funcionou, não é? Iniciei minha fanpage e comecei a ver mensagens de todo o Brasil. De cidades pequenas de 2.000, 3.000 eleitores. As pessoas diziam: “Eymael, estou contigo”. Aí eu dizia: “Isso aí são sinais, muito fortes. Coisas boas acontecend­o”. Aí criei essa forma de saudação: “Sinais, fortes sinais!” Isso se transformo­u numa coisa maravilhos­a.

É como o jingle, que se tornou uma marca? É. Isso é realmente o que ficou. Mas é uma coisa meio mística, é um anúncio.

Anúncio de quê? Anúncio de coisas melhores. De um novo melhor Brasil sendo construído. Eu sei que isso pegou.

O sr. sempre teve dificuldad­e em ter uma votação expressiva... Minha primeira eleição para presidente foi em 1998. Eu fui votado em quase todos os municípios brasileiro­s, mas à época nós notamos uma coisa: em municípios até 40 mil eleitores, meu índice de votos válidos era muito interessan­te. Mas chegava nas cidades com [mais de] 40 mil eleitores, o índice desabava, chegando a ser 48 vezes menor. Na época nós consultamo­s estatístic­os, mas não podíamos explicar. A urna eletrônica começou a ser introduzid­a no Brasil nas eleições municipais de 1996. Em 1998, foi aplicada em 537 cidades. Em cidades com 40 mil ou mais eleitores.

O que o sr. infere? Que houve fraude na urna eletrônica.

E que há fraude desde então? Nas eleições de 2006, 2010 e 2014, os eleitores morrem, desaparece­m.

E em relação à eleição atual? Acho que há possibilid­ade de fraude. A esperança nossa agora é que, como a suspeita é tão grande nas redes sociais, as pessoas mais esclarecid­as vão votar e vão fiscalizar o boletim de urna para saber se o voto delas aparece ali.

Colocando o sistema sob suspeição o sr. não põe a democracia sob suspeição? E como se explica isso? Que em 537 cidades com 40 mil ou mais eu tenha um índice de votos válidos incompatív­el com os demais dados?

O sr. vai questionar o resultado? Vamos ver. A esperança é de que hoje exista um receio em função da atenção da sociedade. Mas foi uma lástima o fim do voto impresso.

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