Folha de S.Paulo

Tripoli defende ação para pets com verba do Ministério da Saúde

- Artur Rodrigues

Militante da causa animal, o deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB), 66, costuma estampar seus santinhos de campanha com a foto de um cachorro. Candidato ao Senado, ele defende uso de verba do Ministério da Saúde para campanhas relacionad­as a animais domésticos.

O senhor tem atuação bastante identifica com temas ambientais. No Senado, qual éapriorida­denestaáre­a? A primeira delas é regulariza­ção fundiária. Para definir o que são áreas devolutas, áreas indígenas e o que é propriedad­e privada. Outra questão é o Código Florestal. A regulament­ação não saiu até agora. O terceiro aspecto é a proteção animal — animais domésticos. No caso dos animais domésticos, qual seria a atuação? Pode-se fazer várias coisas, inclusive um projeto de lei para que o Ministério da Saúde entenda a questão animal como de saúde pública. É uma hipocrisia não entender que, no momento que você tem a campanha de raiva, a vacina antirrábic­a é fornecida pelo Ministério da Saúde. Na hora que vai fazer um trabalho em relação aos animais abandonado­s, uma campanha de castração, eles entendem que isso não é recurso [da saúde]. Se eu fizer uma emenda para proteção animal, ela não sai no Ministério da Saúde, porque não tem uma rubrica que entenda que essa também é questão de saúde pública. Como atuar em relação ao ambiente, com o fortalecim­ento da bancada ruralista? Hoje eles já começam a entender. Quando fizemos o Código Florestal, falamos em plantar mata ciliar. Eles não queriam plantar mata ciliar na beira dos rios. Começou a ter assoreamen­to, faltar água e eles por conta própria começaram a correr para plantar mata ciliar para evitar que faltasse água. O líder nas pesquisas para presidente, Jair Bolsonaro, fala em liberar garimpo e venda de terra indígena. Como vê essas propostas? Pode

ter apelo eleitoral, mas na prática não sei se funciona. Acho bravata de campanha. O que o senhor pensa sobre

o teto de gastos? O Estado não pode gastar mais do que arrecada. Como você pode num país como o nosso, numa condição de dificuldad­es, manter 150 empresas públicas? Quase 100 delas não têm nenhuma eficácia. Você imagina que há pouco tempo a Petrobras tinha uma empresa para vender botijão de gás. O senhor inclui a Petrobras entre as passíveis de privatizaç­ão? Tem que pegar ministério por ministério, empresa pública por empresa pública, perguntar: o que que você faz? Quanto você ganha e quanto você gasta. Qual é a reforma mais urgente? A representa­tividade, a política. Tem 35 partidos no Brasil. Você não tem 35 ideologias. E partidos financiado­s com dinheiro público. Virou um negócio montar partido hoje em dia. Você com nove, dez partidos hoje em dia, está com muito boa representa­ção. E a tributária e a previdenci­ária. Tem que fazer as três reformas, não tem como. Qual é a posição do senhor sobre temas como aborto e legalizaçã­o das drogas? Eu tenho dúvida sobre as drogas, porque não sei se pode resolver alguma coisa. Aborto, a pergunta que eu faço para quem me pergunta é se a pessoa gostaria de ter sido abortada. Eu não gostaria.

Tem um movimento grande em vários países pressionan­do pela legalizaçã­o do aborto. Sim, mas espera um pouco. Ninguém obrigou ela a ter relação com ninguém. Se for na marra, a própria lei determina que pode fazer. Aí eu concordo com a lei.

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Irineu Machado/UOL Debate terá relógio e banco de tempo
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Eduardo Anizelli/ Folhapress Ricardo Tripoli

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