Folha de S.Paulo

Bispos chineses vão participar pela 1ª vez de sínodo no Vaticano

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Dois bispos da China vão participar, pela primeira vez, de uma importante reunião no Vaticano que começa nesta semana. É a primeira movimentaç­ão concreta desde que foi fechado, no fim de setembro, um acordo entre a Igreja Católica e a China para aceitar bispos nomeados sem o consentime­nto do papa.

Um dos bispos que vai participar da assembleia, o sínodo, faz parte do grupo de sete que foi admitido pela igreja e que agora está em comunhão com Roma.

O sínodo é uma reunião no Vaticano que acontece com alguns anos de intervalo e que, neste ano, vai discutir o papel da juventude na igreja.

Segundo o cardeal Lorenzo Baldisseri, o Vaticano convidou, em anos anteriores, representa­ntes chineses que, porém, nunca haviam participad­o do evento.

A questão envolvendo os bispos era uma das maiores discussões entre a China e o Vaticano, que não tinham relações diplomátic­as há quase sete décadas. O país, agora, reconheceu oficialmen­te a autoridade do papa como líder da Igreja Católica.

Cerca de 12 milhões de católicos estavam divididos entre a igreja subterrâne­a, leal ao papa, e a entidade supervisio­nada pelo Estado chinês.

Uma parte desses católicos criticou o acordo, que afirmam ser uma afronta àqueles que permanecer­am ligados a Roma mesmo com a perseguiçã­o do regime.

A resolução também não é bem vista por uma corrente conservado­ra dentro da igreja, que vem pressionan­do o papa Francisco por sua maneira de lidar com denúncias de abuso sexual.

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