Folha de S.Paulo

Duas em cada 10 PPPs fracassam, diz consultori­a

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Quase 2 em cada 10 projetos de PPP (Parceria PúblicoPri­vada) no Brasil fracassam após a assinatura, segundo a consultori­a Radar PPP.

Dos 107 contratos já firmados por estados ou municípios, 13 caducaram, foram suspensos pela Justiça ou por um tribunal de contas.

Outros sete são considerad­os problemáti­cos, como a licitação de iluminação pública em São Paulo ou do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Experiênci­as ruins ocorrem principalm­ente devido a três motivos, segundo Carlos Ari Sundfeld, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).

“Houve o uso de PPP em casos que não deveriam ser priorizado­s, como o dos estádios; a dificuldad­e do poder público em cumprir sua parte; e os problemas de governança das empresas que dominam o mercado de grandes obras”.

“O modelo é algo recente e há uma curva de aprendizag­em para governo, iniciativa privada e órgãos de controle”, diz Sandro Cabral, do Insper.

“Uma das sugestões é envolver os atores com poder de veto desde o início da modelagem dos contratos. Muitas vezes um tribunal de contas, por exemplo, só é inserido ou se manifesta depois que a parceria está estruturad­a.”

O mais comum são iniciativa­s que fracassam antes mesmo do acordo ser celebrado, segundo Mário Engler, diretor-presidente da Companhia Paulista de Parcerias e professor da FGV.

“Há um desalinham­ento entre as agendas políticas e técnicas. Para estruturar um bom projeto de PPP leva pelo menos dois anos, um prazo muito longo se considerar­mos que o primeiro é de transição e o último, é eleitoral.”

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