Folha de S.Paulo

Quase 1 tonelada de maconha some de delegacia

- Alfredo Henrique Agora

Quase uma tonelada de maconha (900 kg) desaparece­u de dentro do 1º DP (Sé), na Liberdade (região central). O sumiço, registrado como furto no distrito, aconteceu no dia 17 de agosto.

Segundo boletim de ocorrência, a chefe dos escrivães da delegacia na ocasião relacionav­a e conferia armas e drogas apreendida­s e guardadas em um depósito no subsolo da delegacia. Ela iria repassar as informaçõe­s ao seu sucessor, pois iria para outra delegacia. A conferênci­a era feita havia dois dias.

Durante a vistoria, de acordo com o boletim de ocorrência, a policial, de 53 anos, constatou que 50 sacos de maconha haviam sido furtados.

A droga, de acordo com a Polícia Civil, havia sido apreendida no dia 6 de outubro do ano passado. Outros 33 sacos, com o mesmo tipo de droga, foram deixados no local, sendo que dois deles estavam “violados”, diz o boletim.

A droga que deveria estar nos 50 sacos foi substituíd­a por caixas vazias. “Diante da grave constataçã­o, foi realizada busca em todo o restante do depósito”, afirma registro, sem sucesso.

Em depoimento, a escrivã- chefe disse que as chaves do depósito de material apreendido ficavam com ela. A polícia afirmou ainda que “nenhum arrombamen­to foi detectado” no local onde a droga desaparece­u.

Uma das hipóteses que ela levanta é o fato de haver uma janela que dá acesso ao subsolo pelo lado de fora do prédio. “O depósito possui diversas janelas com pequenos vidros basculante­s, os quais sempre permanecem fechados, mas caso se consiga abrilos à força, pelo lado de fora, um indivíduo de magra compleição física, poderia passar por entre as frestas”, disse a escrivã no depoimento.

Segundo ela, não foram instaladas grades porque o prédio é antigo, para manter suas caracterís­ticas. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Afonso Bicudo, a escrivã que descobriu o desapareci­mento da maconha e a delegada do 1º DP foram afastadas de suas funções. Ele ressaltou que elas não foram suspensas. A reportagem não conseguiu localizá-las.

A Secretaria da Segurança Pública da gestão Márcio França (PSB), afirmou que a corregedor­ia da Polícia Civil instaurou um inquérito e “uma apuração preliminar” para investigar o furto.

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