Com teretetê, mas sem encrenca!
Tenho viajado muito pelo país para falar sobre a invenção de uma bela velhice e a busca da felicidade. Em cada lugar, tenho a sorte de conhecer e conversar com homens e mulheres de diferentes idades.
Recentemente, em São Paulo, conheci Ida, de 80 anos. Ela foi casada durante 40 anos e tem uma filha. O marido, dez anos mais jovem, queria que ela parasse de trabalhar, mas ela nunca parou. Está viúva há pouco tempo.
Ela tem duas aposentadorias e disse que tem alguns “pretendentes” bem jovens.
“Uma amiga da minha idade arrumou um namorado de 33 anos. Ele só queria casa, roupa lavada e passada e teretetê. Ela não aguentou. Morreu no mês passado. Lógico que gosto de teretetê, mas não quero encrenca!”.
Ela disse que outra amiga teve um AVC de tanto cozinhar, lavar, passar, limpar a casa e “fazer teretetê” com um rapaz.
“Elas ainda gostam muito de teretetê, mas acabam ficando exaustas, doentes. Não aguentam o fogo dos jovens. Acho que se fosse só o teretetê elas aguentavam. Tem muito homem que quer de graça”.
Roberto, de 45 anos, entrou na conversa: “É curioso. Outro dia a mãe de um amigo, de quase 80 anos, me deu uma cantada explícita. Fiquei assustado, não achava que ela ainda tinha interesse em sexo. Eu disse que sou casado e ela insistiu, disse que só queria sexo e mais nada. Ela ainda é uma mulher bastante atraente. Só não transei com ela porque é mãe de um amigo. Eu também não quero encrenca!”.
Já ouvi muitos casos como os de Ida e Roberto. Homens atraídos por mulheres mais velhas. Mulheres querendo “teretetê” com homens mais jovens. Os interesses podem ser diferentes: sexo sem compromisso, casa, comida, roupa lavada ou um relacionamento sério.
No entanto, muitas barreiras e preconceitos impedem que essas escolhas sejam mais livres e prazerosas. Mas será que existe “teretetê” (em qualquer idade) sem encrenca?