Mercados emergentes têm finanças mais apertadas, diz Goldfajn
O presidente do Banco Central brasileiro, Ilan Goldfajn, disse que o crescimento global tornou-se mais desigual e as condições financeiras nos mercados emergentes mais apertadas.
O quadro geral ainda é benigno, mas que requer uma visão “mais cautelosa”, afirmou Goldfajn, em discurso preparado para a plenária do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês) em Bali, na Indonésia.
Goldfjan apontou que, com a normalização das condições monetárias nos Estados Unidos, o sentimento do mercado provavelmente ficará mais nervoso durante um período de transição, em direção a um menor apetite ao risco.
“Condições financeiras mais apertadas e surtos de volatilidade devem ser esperados durante essa mudança para um novo equilíbrio”, disse ele, segundo documento divulgado nesta sexta-feira (12) pelo BC.
O presidente da autoridade monetária também afirmou que as tensões comerciais vigentes se alimentam da descrença na globalização.
Isso pode levar a um menor equilíbrio de crescimento, uma vez que a economia global perde eficiência.
Segundo Goldfajn, a materialização desses riscos pode ainda levar a uma deterioração nas condições financeiras globais, razão pela qual o FMI deve estar bem financiado e preparado para enfrentar a volatilidade internacional. Nesse sentido, o presidente do BC fez um apelo para a comunidade internacional para garantir o financiamento ao FMI por meio da revisão geral de cotas.
Sobre o Brasil, Goldfjan reiterou mensagem que já havia divulgado na véspera, de que o país está bem posicionado para resistir a choques em sua economia.
Ele citou um robusto ba- lanço de pagamentos, regime de câmbio flutuante, nível adequado de reservas, inflação em níveis baixos e expectativas de inflação bem ancoradas.