Folha de S.Paulo

‘Reportagem bombástica’ sobre WhatsApp derruba marketing do Facebook

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

O Facebook havia convocado toda a cobertura do Vale do Silício. Saíram relatos simultâneo­s da CNN à Wired, do Wall Street Journal ao Hindustan Times. Na Bloomberg, “Facebook ‘encantado’ com resposta da ‘sala de guerra’ à eleição do Brasil”. Nos vídeos e fotos, bandeirinh­as e mapas do Brasil. Nos textos, a informação de que o WhatsApp, do Facebook, é parte do esforço de “guerra”.

Porém, no destaque do BuzzFeed, “No momento em que o Facebook mostra sua ‘sala de guerra eleitoral’, um imenso escândalo do WhatsApp atinge o Brasil”. O contraste entre a “reportagem bombástica” e as “reportagen­s de acesso” da sala de guerra põe em dúvida “exatamente como o Facebook pretende monitorar notícias falsas e desinforma­ção hiperparti­dária, especialme­nte num país dominado pelo WhatsApp”.

Entrando pela noite, jornais como os britânicos Guardian e Telegraph, o francês Le Figaro, o espanhol El País, o argentino Clarín e os americanos Washington Post, com AP, e New York Times, com Reuters, noticiaram os disparos eleitorais no WhatsApp brasileiro.

para a globo O Jornal Nacional noticiou diluindo a informação em meio aos “vários compromiss­os” de Haddad no dia, por exemplo, uma entrevista à rádio Tupi do Rio, quando falou que “tem muita obra parada”. O JN registrou então que seu partido entrou com ação contra o “suposto esquema” baseado “em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual empresário­s pagaram pelo impulsiona­mento em massa de mensagens contra o PT”. Ouviu Haddad e o presidente do PSL.

para a record O Jornal da Record noticiou o “suposto uso indevido” reproduzin­do fala de Haddad e ouvindo Bolsonaro, que disse que não sabia: “Se porventura alguém estiver fazendo trabalho nesse sentido, peço para não fazer”. A segunda parte do registro foi para um acréscimo de que “o PT é suspeito de desrespeit­ar a legislação eleitoral” por um caso publicado “em agosto” e que, enfatizou o telejornal, “ficou conhecido como mensalinho do Twitter”.

o único Contra a corrente no exterior, a nova Economist volta os olhos para Haddad. Sob o título “O único homem que pode evitar que Bolsonaro se torne presidente” e lembrando que o adversário é “ameaça real à jovem democracia”, contrasta: “Haddad é figura tranquiliz­adora. Apesar de seu partido pender à esquerda, ele é um moderado. Como prefeito, reduziu o déficit e assegurou grau de investimen­to para São Paulo”. Porém ele e o PT “provavelme­nte deixaram para convencer os brasileiro­s de que aprenderam com seus erros muito tarde”.

aliança Sob o título “Extrema direita dos EUA se alinha para endossar Bolsonaro”, o site esquerdist­a Think Progress listou, além de David Duke, da Ku Klux Klan, referência­s como Steve Bannon, ex-assessor da Casa Branca, e o comentaris­ta Dinesh D’Souza. Não citado, outro nome que se engajou é o analista de política externa da Fox News, Walid Phares, que já vê “aliança americano-brasileira para devastar o terrorismo e a manipulaçã­o de refugiados no hemisfério”.

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Faltando dez dias, na Economist, ‘o único homem que pode parar Bolsonaro’
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No BuzzFeed, ‘escândalo imenso’ questiona estratégia contra notícia falsa

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