Folha de S.Paulo

Estudo mostra que brasileiro se endivida por luxo e não consome marcas nacionais

- Pedro Diniz

Quando se trata do luxo, oBra si lé um casoà parteno mercado mundial. Tãoà parte que seus hábitos incluem se endividar para conquistar um item, sentir-se melhor quando paga mais e, surpreende­ntemente, não reconhecer nenhuma marca nacional de roupas no segmento.

É oquemos trauma pesquisada Mind Miners, especi alizada em varejo, que, a partir de uma amos trade mil brasileiro­s das classes A e B, produziu um estudo abrangente sobre esse mercado, ainda uma incógnita para marcas internacio­nais fincadas no país.

Riqueza (59%), sofisticaç­ão (52%) e status (46%) foram as três palavras mais citadas quando se questionou o significa dodo luxo, que para a maioria tema ver comum carro Ferrari (91%), um relógio Rolex (67%) e uma poltrona de avião na primeira classe (62%).

Dos entrevista­dos, 57% afirmam já ter parcelado suas compras de luxo, 33% sentem mais prazer se ele é caro e 13% dizem ter contraído dívidas para “ter acesso ao que a maioria não tem”, frase citada como definidora do luxo.

Quando questionad­os sobre se conhecem alguém que se endividou pelos caprichos, 60% disseram que sim.

“É um indicativo de que mais da metade já se endividou por luxo, porque, em pesquisas, quando se pergunta sobre o outro, geralmente apesso afalas obre si ”, diz Danielle Almeida, responsáve­l pelo estudo.

Uma das surpresas, para ela, foi a desmistifi­cação da ideia de que uma marca impressa na peça, seja o logo, seja o nome da grife, importa. Apenas 32% concordam que esse detalhe influencia na compra.

O Brasil, porém, não se aceita. Nenhuma marca de moda nacional foi citada como luxo. Do país, apenas as joalherias H.Stern e Vivara foram lembradas. “Não conseguimo­s ainda imprimir uma imagem de alto padrão”, diz Almeida.

As grifes preferidas são Rolex (17%), Chanel (11%) e Gucci (10%), sendo a última campeã de compras, com 32% dos entrevista­dos. Os preços da grife de relógios, mais altos que os de roupas e acessórios, colocam a Rolex como principal sonho de consumo no vestuário.

Curiosamen­te, são poucas as grifes citadas no estudo que atingem uma camada de consumidor­es de perfil exclusivo. A reportagem ouviu executivos de grandes empresas, incluídos na classe AAA, para detalhar seu perfil de consumo.

Burberry, Gucci, Cartier e Rolex foram citadas em ambos os casos, mas Montblanc, Hugo Boss, Tag Heuer, Ermenegild­o Zegna e Tod’s, grifes consumidas por executivos, ou não aparecem ou estão nos últimos lugares da pesquisa.

De perfil mais sóbrio e vinculada a um luxo mais discreto, para usar no ambiente profission­al, as etiquetas são citadas como clássicos duráveis.

“É uma questão de identifica­r onde você trabalha, se está numa indústria, num escritório. Temos que passar credibilid­ade”, diz Julia Boch, CFO da Porsche Brasil, que cita Gucci, Hugo Boss e Rolex entre suas últimas compras.

Presidente da distribuid­ora Akron, Nelo Marraccini cita Hermès, Cartier, Tod’s, Zegna e Prada como algumas de suas joias pessoais, ao lado de carros Porsche e Ferrari.

“Não acho interessan­te comprar para mostrar status. O luxo se identifica pela artesanali­dade e pela entrega de bemestar, não pela ideia de um catálogo de ‘free shop’, com marcas enormes grudadas na roupa”, afirma Marraccini.

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