Folha de S.Paulo

Com seda brasileira, gravata Hermès esconde segredos

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Acessório vinculado ao universo do poder, a gravata resiste em meio ao limpa que os homens promoveram no guarda-roupa de trabalho, menos formal e mais aberto a cores e formas.

É em Lyon, no sul da França, onde são produzidas algumas das gravatas mais exclusivas e artesanais do mundo, as da grife francesa Hermès.

O processo de confecção começa no Brasil, de onde parte o fio de seda usado nas peças e nos carrés (lenços) da marca. Considerad­o o melhor produtor dessa matéria-prima no mundo, o estado do Paraná concentra as fazendas do bicho-da-seda.

Quando chegam a Lyon, a 392 km de Paris, os fios viram tecido plano que segue para máquinas onde, a partir de um desenho feito à mão pelos artesãos do ateliê, tem a modelagem gravada a laser.

Todo o processo é supervisio­nado por especialis­tas que acompanham a dosagem certa de tinta nessas máquinas, uma das poucas partes em que a mão do homem não atua diretament­e na peça.

Após modelada e cortada, a base parte diretament­e para uma sala silenciosa, onde costureira­s a alinhavam.

Aqui reside um dos segredos da durabilida­de dessas peças. Como as linhas dan- çam nas mãos de uma única pessoa para cada produto, o controle de qualidade é maior.

A costura é desfeita se houver um centímetro fora do lugar e cada peça tem as iniciais da artesã gravada por dentro —controle que também é aplicado na produção dos lenços de seda.

Para reconhecer uma autêntica gravata Hermès, o comprador tem de olhar o seu avesso e puxar uma linha que sai d0 interior. Se a peça se dobrar com o movimento, é porque é verdadeira. É uma marca registrada da etiqueta que, seus artesãos dizem, foi copiada pela concorrênc­ia. PD

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Divulgação Artesã acerta linha escondida da gravata Hermès

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