Folha de S.Paulo

Confronto a tiros entre policiais de SP e MG deixa dois mortos

- Larissa Quintino

Um tiroteio envolvendo policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais terminou com dois mortos, sete presos (sendo seis deles policiais) e R$ 15 milhões apreendido­s em dinheiro —sendo que parte desse montante pode ser de notas falsas.

A confusão aconteceu na tarde de sexta-feira (19) em um prédio anexo ao Hospital Monte Sinai, no centro de Juiz de Fora (MG). As polícias civis dos dois estados investigam a ação dos agentes, e a corregedor­ia da polícia paulista também entrou no caso.

Segundo informaçõe­s da Polícia Civil de Minas Gerais, policiais paulistas escoltavam um empresário de São Paulo, cuja identidade e paradeiro são desconheci­dos, que iria se encontrar com um empresário mineiro, que também estava escoltado por policiais civis mineiros.

Não se sabe qual a motivação do encontro nem como começou a troca de tiros.

Durante a ação, um policial mineiro de 39 anos foi morto. O empresário mineiro foi levado a um hospital, mas não resistiu e também morreu. Outras duas pessoas foram baleadas. Não há informação sobre o estado de saúde delas.

Com quatro policiais paulistas, foram apreendida­s malas de dinheiro com R$ 15 milhões. Há suspeita de que parte do dinheiro seja falsa. Eles foram presos em flagrante por lavagem de dinheiro. Outros quatro foram liberados sem indício de envolvimen­to.

Já um segurança particular que acompanhav­a o empresário paulista foi autuado pelo homicídio do policial. Dois agentes mineiros foram presos por prevaricaç­ão —crime cometido por funcionári­o público quando ele deixa de praticar sua função para atender a interesse pessoal.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, depois da confusão, o empresário paulista teria saído da cidade com um jato particular, mas essa informação não foi confirmada pela Secretaria Municipal de Turismo de Juiz de Fora, que controla o aeroporto municipal.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de Minas Gerais, do governo de Fernando Pimentel (PT) disse que “lamenta o ocorrido com policiais civis” e que a instituiçã­o tem autonomia para seguir as investigaç­ões.

A Secretaria do Estado da Segurança Pública de São Paulo, vinculada à gestão do governador Márcio França (PSB), afirmou que delegados da Corregedor­ia da Polícia Civil e do Departamen­to de Polícia Judiciária da Capital estão em Juiz de Fora para auxiliar nas investigaç­ões.

“A Secretaria da Segurança Pública ressalta que não compactua com desvios de conduta de seus agentes e os envolvidos na ocorrência devem responder criminal e administra­tivamente por eventuais irregulari­dades cometidas”.

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Divulgação Malas com dinheiro apreendido em Juiz de Fora

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