Folha de S.Paulo

Entenda o caso do jornalista desapareci­do na Turquia

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são paulo Se você pulou as páginas de Mundo ou esteve em outro planeta nesta semana, certamente perdeu o caso do jornalista saudita que despareceu na Turquia.

Jamal Khashoggi era um jornalista importante no mundo árabe, até ser censurado por críticas ao governo. Ele então buscou exílio nos EUA, onde se tornou colaborado­r de publicaçõe­s importante­s como o Washington Post.

No dia 2 de outubro, ele foi até a embaixada saudita em Istambul buscar papéis para seu casamento com uma turca.

Khashoggi nunca foi visto saindo do prédio e desaparece­u.

O governo turco iniciou investigaç­ões, em conjunto com os sauditas, e diz ter provas de que o jornalista foi torturado, morto e esquarteja­do dentro da embaixada, por uma equipe de agentes enviados da Arábia Saudita, e com conhecimen­to do cônsul-geral, o que gerou uma crise diplomátic­a.

Os sauditas, que até então não ofereciam nenhuma explicação razoável para o sumiço, liberaram, após vários dias, o acesso ao prédio.

Policiais também fizeram buscas na casa do cônsul e em uma floresta em Istambul.

Na terça (16), o secretário de Estado americano Mark Pompeo foi até Riad conversar com o príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman e depois à Turquia.

Na sexta (19), a Arábia Saudita admitiu a morte do jornalista como consequênc­ia de uma briga na embaixada. Riad anunciou também a prisão de 18 pessoas e demitiu o chefe da inteligênc­ia.

O tom comedido de Donald Trump nas declaraçõe­s sobre o caso leva analistas a não crer em retaliaçõe­s severas, como sanções econômicas —o reino é o 2º maior produtor de petróleo do mundo e seu principal aliado na região. Mas outros países podem tomar medidas.

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