Folha de S.Paulo

Custo da saúde exige visão de longo prazo

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O envelhecim­ento da população brasileira deve provocar uma verdadeira revolução no modelo de gestão de saúde, tanto na área pública como na rede particular, segundo Felipe Abdo, Diretor da consultori­a IQVIA (antiga IMS Health e Quintiles).

“As pessoas estão vivendo mais e isso impacta o modelo de gestão de saúde e os custos, principalm­ente. Há doenças já controlada­s e que não precisam de muitos recursos, mas, há aquelas que, se não forem tratadas, vão gerar um custo muito maior no futuro. O desafio é pensar não só no preço do medicament­o ou do tratamento, mas sim na consequênc­ia e no custo de não tratar o paciente. É preciso ter uma visão de longo prazo.”

Abdo cita o caso do tratamento do diabetes. Hoje, na rede pública, o governo não cobre os medicament­os mais modernos, que atuam no controle dessa doença e isso acaba trazendo custos e impactos importante­s para o sistema de saúde -o diabetes ocupa o terceiro lugar no ranking das doenças que mais matam no Brasil.

A evolução da medicina nos últimos anos possibilit­ou diagnóstic­os muito mais precisos e medicament­os mais assertivos principalm­ente em relação ao tratamento do câncer. “É preciso levar esses avanços à população. Neste ano, o SUS completou 30 anos, o sistema não é perfeito, mas é preciso reconhecer que trouxe enormes avanços na área de saúde para o país. Mesmo assim, temos que evoluir.”

Para ele, um novo modelo de saúde deverá levar em consideraç­ão não só os custos imediatos dos medicament­os, mas também uma visão mais abrangente de toda a vida do paciente.

Felipe Abdo, Diretor da consultori­a IQVIA (antiga IMS Health e Quintiles)

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