‘Saúde sobre rodas’: uma experiência inovadora
Quando ainda estava na faculdade, Roberto Kikawa recebeu do pai, que lutava contra um câncer terminal, a missão de ser um médico mais humano. Após formado, foi conhecer os sistemas de saúde de mais de 20 países e virou missionário na África.
Acabou descobrindo que era possível fazer mais com menos: em 2008, criou a organização sem fins lucrativos Cies (Centro de Integração de Educação e Saúde): adaptou carretas e as transformou em unidades de atendimento médico, onde são realizados exames e, em alguns casos, é oferecida internação hospitalar de até 24 horas.
A fórmula idealizada por Kikawa virou referência no Brasil e no mundo. As carretas já atenderam mais de 2 milhões de pacientes do SUS em dez anos.
“A ideia é diminuir a distância entre o médico e aqueles pacientes que estão em regiões que não contam com esse tipo de serviço. Nosso foco é principalmente a medicina preventiva ”, diz.
Nos primeiros anos de funcionamento, a carreta adaptada percorreu diversos bairros de São Paulo. Em 2012, foi para São José dos Campos e mais de 30 mil atendimentos foram realizados.
Essa experiência ajudou a viabilizar novas parcerias. Em 2015, o projeto, que passou a ser chamado “Hora Certa Móvel”, tornou-se política pública na cidade de São Paulo.
Não satisfeito, Kikawa criou em 2016 o conceito de hospital compacto, com estrutura enxuta que permite internação de até 24 horas para procedimentos de baixa complexidade.
O projeto cresce a cada ano. Em 2017, três cidades de São Paulo passaram a contar com essas unidades móveis: Sorocaba, Rio Claro e Santa Bárbara d’Oeste. Em 2016, as operações foram expandidas do Brasil para os Estados Unidos, na Geórgia.