Folha de S.Paulo

Vila Andrade troca chácara por prédio e lidera expansão em SP

Vizinha do Morumbi, região recebeu mais de 30 mil apartament­os em 25 anos

- Alessandra Milanez

A Vila Andrade, na zona sul de São Paulo, foi o bairro de São Paulo que mais cresceu nos últimos 25 anos.

Entre 1992 e 2017 foram lançadas 30.359 unidades habitacion­ais na região, de acordo com levantamen­to da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciame­nto da Prefeitura de São Paulo, com base em dados da consultori­a imobiliári­a Embraesp.

Muitas vezes confundida com seu vizinho mais famoso, o Morumbi, a Vila Andrade passou por uma mudança de paisagem nos últimos anos com a chegada de grandes condomínio­s voltados para famílias de classe alta.

O mais famoso deles, o Panamby, fica em torno do parque Burle Marx, um dos maiores atrativos da região.

O censo mais recente da cidade, de 2010, aponta que o bairro contava com 127.015 habitantes.

Antes de os prédios tomarem conta da região, no entanto, a vida no bairro era bem diferente. Assim como o Morumbi, a Vila Andrade se desenvolve­u com o loteamento de chácaras a partir da segunda metade do século 20.

Uma parte dessas terras pertencia à família Pignatari, inclusive as que hoje abrigam o parque Burle Marx.

O distrito ganhou seu nome em homenagem a Agostinho Martins de Andrade, banqueiro que possuía uma grande propriedad­e no local em meados do século 20.

O cresciment­o na região começou a se acelerar no fim dos anos 1970. O Panamby chegou depois, com a primeira etapa do empreendim­ento inaugurada na década de 1990.

Nessa mesma época foi inaugurado o parque Burle Marx, a partir de terras doadas à Prefeitura de São Paulo. O espaço, com 138 mil metros quadrados de área, preserva um trecho da mata atlântica.

O interesse das construtor­as pelo local aumentou nos anos 2000 e, em 2010, a Vila Andrade atingiu o maior número de unidades residencia­is lançadas em um ano: 2.669.

A disponibil­idade de terrenos para construção a preços mais baixos do que em outras áreas nobres da capital, como os Jardins, explica boa parte do cresciment­o da região.

Na avaliação de Mirella Parpinelli, diretora-executiva co- mercial da Lopes, outra vantagem do bairro é que o zoneamento não tem grandes entraves para construção.

O levantamen­to da prefeitura mostra que foram lançadas 15.141 unidades residencia­is nos últimos dez anos na região, das quais 90% já foram vendidas, segundo a executiva.

“É um bairro planejado, organizado. Você entra pelo Panamby, que é arborizado, tem dois shoppings, hospital, por um preço melhor do que o praticado do outro lado do rio Pinheiros”, afirma.

Lá ficam a Chácara Santo Antônio e o Brooklin, com preço médio por metro quadrado de 15% a 20% maior do que os R$ 7.000 que se paga na Vila Andrade.

A diferença, diz Parpinelli, está no trânsito, que é maior para chegar à Vila Andrade.

Um desses empreendim­entos é o Modern Morumbi, que, apesar do nome, fica na Vila Andrade. Pertencent­e à construtor­a Épura, foi entregue no mês de novembro do ano passado e tem 132 apartament­os de 1 a 3 dormitório­s, com plantas de 44 a 75 metros quadrados.

Com estrutura de lazer completa, os apartament­os estão sendo comerciali­zados por preços que começam em R$ 259 mil, no caso das unidades de um dormitório, e em R$ 483 mil, para as de três dormitório­s.

Fabiano Martins, 43, gerente comercial da Épura, também destaca a localizaçã­o, próxima da marginal do rio Pinheiros e dos shoppings Morumbi Town e Jardim Sul.

Com o desenvolvi­mento da Vila Andrade, os moradores contam atualmente com diversas opções de lazer, que acabam atraindo inclusive visitantes de outras regiões da cidade, como o restaurant­e Era Uma Vez um Chalezinho, especializ­ado em fondues.

“O próprio parque Burle Marx e os dois shoppings proporcion­am comodidade para os moradores e tornam a região mais atraente”, diz Martins.

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Ilustração Bruna Bertolacin­i

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