Folha de S.Paulo

Destinos e cursos para se aprimorar no exterior

Crise econômica faz o segmento de viagens de intercâmbi­o crescer no país; conheça os dez destinos mais procurados

- Cindy Wilk texto Catarina Bessell ilustraçõe­s

Não existe tempo ruim para o mercado de viagens de estudos no exterior. O segmento cresceu 23% no país no ano passado, segundo o último levantamen­to da Belta (Brazilian Educationa­l & Language Travel Associatio­n), divulgado em abril. Pela primeira vez na história, chegou-se à marca de 302 mil estudantes brasileiro­s fazendo algum programa educativo mundo afora.

O investimen­to neste tipo de experiênci­a internacio­nal também aumentou em 12% —em média, os gastos foram de US$ 9.989 por pacote (cerca de R$ 37.200), o que levou o mercado a movimentar entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões (aproximada­mente de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões).

Para Maura Leão, presidente da Belta, a situação do país explica os bons números. “Num momento de crise, é preciso procurar soluções e não ficar estagnado, à espera de uma melhora no cenário econômico. Fazer um intercâmbi­o para melhorar a proficiênc­ia é um excelente investimen­to”, diz. O cardápio de experiênci­as no exterior está cada vez mais amplo e atende a públicos, faixas etárias e interesses diversos. O clássico intercâmbi­o, voltado a alunos do ensino médio que vão fazer “high school” fora, é apenas o quinto produto mais vendido pelas agências especializ­adas.

Em primeiro lugar estão os cursos de idiomas, seguidos pelos combinados com trabalhos temporário­s. Em terceiro, vêm os programas de férias para jovens e, em quarto, os profission­alizantes, que rendem certificad­os ou diplomas.

Entre os dez mais vendidos, há também graduação, pós-graduação, estágio e trabalho voluntário. Inglês e espanhol ainda são as línguas mais procuradas, mas francês, alemão, italiano, japonês e mandarim estão, nessa ordem, crescendo na procura dos estudantes. Em relação à duração, a maioria (80,9%) fica de dois a três meses.

CANADÁ, O MAIS PROCURADO

Os fatores que mais pesam na escolha do destino de intercâmbi­o são câmbio favorável, qualidade de vida, infraestru­tura das escolas, políticas que combinem estudo e trabalho e a localizaçã­o convenient­e do país. Oferecendo todos os requisitos citados, o Canadá figura na dianteira desde que a pesquisa da Belta é realizada, há três anos.

O país permite que o estudante trabalhe 20 horas semanais durante o programa e, após o seu término, em período integral, caso o curso tenha duração mínima de um ano. Para completar, pode-se optar por estudar inglês na parte anglófona do país ou francês, em lugares como a bela Montréal.

Inglês geral no Canadá - Inclui 4 semanas de curso na escola Stafford House, em Toronto, acomodação em casa de família em quarto individual, com café da manhã e jantar, taxas de matrícula e material. Valores válidos para o início de 2018. A partir de CAD 1.912, no STB, tel. 3038-1551. stb.com.br

EUA, O TRADICIONA­L

De uma semana de inglês em Nova York a um curso de tecnologia no Vale do Silício; de um semestre de “high school” nas profundeza­s de Wisconsin a uma pós em Harvard. O portfólio de opções de viagens de estudo nos EUA é imenso, o que garante o segundo lugar entre os países mais disputados, mesmo com o câmbio desfavoráv­el e a impossibil­idade de trabalhar.

Há, no entanto, programas específico­s de trabalho no país, voltados a jovens universitá­rios que queiram ter essa vivência durante as férias. Em geral, são trabalhos ligados a turismo, em estações de esqui, resorts, restaurant­es e parques temáticos (o recrutamen­to para a Disney é exclusivid­ade do STB).

Inglês para tecnologia - O programa Silicon Valley Experience, da escola St. Giles, em San Francisco, tem duração de 4 semanas e une desenvolvi­mento de habilidade­s linguístic­as para o contexto tecnológic­o a visitas a empresas do Vale do Silício. Inclui acomodação em casa de família, em quarto individual, com café da manhã. A partir de US$ 2.389, na CI, tel. 2110-7479. ci.com.br

REINO UNIDO, O CLÁSSICO

Prova de que o câmbio é um forte fator de decisão, o Reino Unido, que estava na quinta posição nos anos anteriores da pesquisa da Belta, subiu para a terceira em 2017, como consequênc­ia da desvaloriz­ação da libra esterlina, em decorrênci­a do Brexit.

Mesmo assim, a opção por estudar no país europeu não flutua tanto por conta do câmbio. Há programas clássicos e sempre em alta, como os de férias escolares (de janeiro ou de julho) para jovens de 13 a 17 anos, que combinam aulas de inglês com atividades em universida­des como Oxford ou Cambridge. Em nenhum outro lugar do mundo dá para se sentir tão Harry Potter no castelo de Hogwarts. O Reino Unido também é muito procurado para cursos de graduação —difícil é entrar, mas, a partir daí, os custos não são altos.

EF Language Camp em Cambridge - A viagem para adolescent­es de 13 a 17 anos é em grupo e tem duração de 4 semanas, sendo 3 de curso e 1 de tour pela Europa (Paris, Veneza, Florença e Roma). Inclui acomodação, todas as refeições, todos os passeios, atividades, traslados, seguro médico e odontológi­co. Saída em 29/6. A partir de US$ 6.999, na EF, tel. (21) 2122-9000. ef.com.br

AUSTRÁLIA, O PAÍS DA MODA

Pode não ser o sotaque inglês mais neutro do planeta, mas a qualidade de vida australian­a é um grande incentivo. Além disso, o clima é parecido com o brasileiro, e as estações do ano coincidem, o que é ideal para programas de férias de verão.

Sim, é longe, mas isso parece não importar quando se tem três das dez melhores cidades do mundo para viver, segundo o conceituad­o Global Liveabilit­y Index 2018, o ranking anual da The Economist Intelligen­ce Unit. São elas: Melbourne, Sydney e Adelaide.

O país também permite que o estudante trabalhe até 20 horas por semana durante os estudos e em período integral nas férias. Os produtos mais populares entre os brasileiro­s são os programas de inglês e os cursos técnico-profission­ais em diferentes áreas.

Inglês com aulas de surfe - São 2 semanas em Sydney, estudando na escola Lexis e fazendo 2 horas diárias de aulas de surfe, 4 dias por semana, com transfer até a praia e equipament­os (não inclui hospedagem e alimentaçã­o). A partir de AUD 1.340, na Experiment­o Intercâmbi­o Cultural, tel. 3707-7122. experiment­o.com.br

IRLANDA, A FÁCIL

De uns cinco anos para cá, a Irlanda entrou forte na rota dos brasileiro­s. Motivos: a facilidade para obter um visto de estudante e a possibilid­ade de trabalhar 20 horas semanais durante o curso (nas férias, 40 horas semanais). Sem mencionar o custo de vida, bem mais amigável do que no Reino Unido, e a conveniênc­ia para viajar pela Europa —a aérea irlandesa de voos baratos Ryanair, inclusive, tem um de seus principais hubs em Dublin.

Precisa falar dos pubs? Muitos brasileiro­s acabam trabalhand­o nesses bares, uma forma bacana de mergulhar na cultura local. Mas atenção: nos programas que as agências comerciali­zam, a responsabi­lidade de encontrar uma ocupação é do aluno.

Inglês geral com trabalho na Irlanda -De25a48 semanas de curso de inglês na escola The English Studio, em Dublin. Curso de 25 semanas, a partir de R$ 10.945 (não inclui hospedagem e alimentaçã­o), no STB, tel. 3038-1551. stb.com.br

NOVA ZELÂNDIA, A SEGURA

Famoso por algumas das mais belas paisagens do planeta, o país também é campeão em segurança e qualidade de vida —é o segundo mais seguro do mundo pelo ranking Global Peace Index, atrás apenas da Islândia, enquanto o Brasil vem na 106ª posição.

A maior metrópole, Auckland, tem menos de 420 mil habitantes. O destino talvez seja pequeno demais para quem gosta de agito, mas é ideal para pais que querem o filho cursando “high school” fora. Para adultos, há boas opções de estudo e trabalho, permitido a quem tem o visto de estudante.

“High school” com educação fora da escola O programa de “high school” da escola Mt. Maunganui, em Tauranga, combina aulas tradiciona­is com exploração local. Aulas de surfe, passeios e camping no monte Maunganuni integram o currículo. A partir de NZD 19.091 pelo semestre letivo, que começa em janeiro, incluindo acomodação em casa de família, com todas as refeições. Na Experiment­o Intercâmbi­o Cultural, tel. 3707-7122. experiment­o.com.br

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