Folha de S.Paulo

Siga os passos da autora J.K. Rowling na cidade

As inspiraçõe­s da autora de Harry Potter estão nas ruas, nos cafés e até no cemitério

- Ana Ribeiro Edimburgo (Escócia)

Os fãs de Harry Potter costumam conhecer essa história. Em 1993, quando a escritora britânica J.K. Rowling escolheu se mudar para Edimburgo, aportou na capital da Escócia separada, com a filha bebê e os três capítulos iniciais do que seria o primeiro livro da série, “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Para não se sentir solitária, instalava-se com Jessica e seu caderno de anotações nos cafés da cidade, onde passava as tardes escrevendo no conforto do ambiente aquecido.

Mais de 20 anos e 500 milhões de livros vendidos depois, a hoje bilionária J.K. Rowling continua morando em Edimburgo, onde tem uma casa em um condomínio na beira do mar e um castelo para os fins de semana. Ela se casou de novo e teve mais uma filha e um filho, Mackenzie e David,

que estudam na George Heriot’s School, onde os alunos usam uniforme com gravata, brasão e capa e são divididos pelo sistema de “casas”, exatamente como na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

A escola (só dá para olhar de fora), o cemitério de Greyfriars Kirkyard, a rua Victoria e dois dos cafés onde Harry “nasceu” estão no roteiro a pé que qualquer devoto da autora vai adorar percorrer.

Pode parecer meio tétrico fazer turismo no cemitério, mas acontece que, mesmo antes de Harry Potter, o Greyfriars Kirkyard já era atração na cidade. Ali está enterrado o cachorro Bobby, que pertencia a um vigilante noturno da polícia de Edimburgo e, diz a lenda, passou 14 anos guardando o túmulo de seu dono. Na porta, a estátua em tamanho real de Bobby recebe carinhos o tempo todo —consta que dá sorte acariciar o focinho de tão leal amigo.

Lá dentro, qualquer “potterhead” —nome dado aos fãs do personagem— atento vai encontrar diversas referência­s. Em um dos túmulos, está enterrado, por exemplo, o poeta William McGonagall. Em outro, um sujeito chamado Thomas Riddell, que morreu em 1806. Só para lembrar, a professora de transfigur­ação de Hogwarts se chama Minerva McGonagall. E o nome original de Lorde Valdemort é Tom Riddle. No dia do aniversári­o de Voldemort, 31 de dezembro, o túmulo de Thomas Riddell vira ponto de encontro dos admiradore­s do lado negro da magia. E eles são tantos que o cemitério teve de reforçar o piso à sua volta.

Dois dos cafés frequentad­os por J.K. Rowling entram no roteiro. Um deles é o The Elephant House, cujas janelas têm vista para o cemitério —e para o castelo de Edimburgo. Sempre lotado e com fila na porta, o Elephant adotou a descrição “berço do Harry Potter” e faz render sua ligação com o bruxo. Tem foto da autora na parede, banheiros pichados com recados dos fãs e suvenires à venda. Em postura oposta, outro preferido da escritora, o mais afastado Spoon, não vive da fama de Harry. Ali, quase não entra turista e é até constrange­dor fazer fotos do ambiente. Mas vale a pena ir até lá mesmo assim.

Na Victoria Street, fantasia e realidade se misturaram definitiva­mente. A rua curva, que virou ficção ao ter sido a inspiração para o Beco Diagonal dos livros, transformo­u a imaginação de J.K. Rowling em fato, agora que muitas de suas lojas são voltadas para produtos relacionad­os ao universo do adorado bruxinho.

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