BOLSONARO PRESIDENTE
★ Deputado do PSL vence Haddad com 55% dos votos ★ Capitão reformado de direita é o primeiro militar a ser eleito ao cargo desde 1945 ★ Em discurso, promete ‘desamarrar o Brasil’ e respeitar a Constituição
Jair Messias Bolsonaro, 63, é o novo presidente do Brasil, o 42º da República e o 8º desde o fim da ditadura militar.
O capitão reformado de direita foi eleito pelo nanico PSL com 57,8 milhões dos votos válidos (55,13%), ante 47 milhões (44,87%) de seu opositor, o petista Fernando Haddad. O pleito quebrou o recorde de brancos e nulos (9,6%) e teve abstenção de 21,3%.
Em discurso de vitória, emitido depois de uma oração do senador Magno
Malta (PR-ES), prometeu um governo “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. Citando Duque de Caxias, patrono do Exército, declarou: “Vamos pacificar o Brasil”.
Deputado de votos estatizantes e corporativistas, falou em desamarrar a economia —que custa a superar uma
das piores crises da história— com reformas, desburocratização, apoio ao empreendedorismo e equilíbrio fiscal.
Vence após sobreviver a um atentado, em uma campanha de retórica extremista e episódios de violência. De baixo custo, foi veiculada sobretudo nas redes sociais e no WhatsApp.
Chegará ao Planalto com a segunda maior bancada no Congresso, que deve aumentar, e 14 governadores de seu partido ou simpáticos a ele, entre eles João Doria (PSDB-SP), Wilson Witzel (PSC-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG).
O resultado encerra 22 anos de governos do PSDB e do PT. Haddad não cumprimentou o rival e pediu coragem a quem votou na esquerda: “Não tenham medo, nós estaremos aqui”.
Com quatro governos estaduais, incluindo a Bahia, e a maior bancada de deputados eleitos, o petista e seu partido credenciam-se a liderar a oposição
ao futuro governo.
são paulo O capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro, 63, foi eleito presidente da República neste domingo (28), o primeiro militar a ocupar o cargo desde o fim da ditadura, em 1985. A onda conservadora que já vinha sendo a marca da eleição confirmou-se no segundo turno. Ele obteve 55,13% dos votos válidos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT).
Bolsonaro, deputado federal pelo PSL-RJ, será a 42ª pessoa a ocupar a Presidência, sendo o 16° militar —a conta inclui 6 que integraram duas juntas. Destes, é o terceiro eleito pelo voto direto, após Hermes da Fonseca (1910) e Eurico Gaspar Dutra (1945).
Em seus primeiros pronunciamentos após ser eleito, Bolsonaro prometeu se distanciar das polêmicas declarações que deu no passado. Falou em respeitar a Constituição e em pacificar o país. Também acenou com reformas liberalizantes, “para desamarrar o Brasil”.
“Estou muito feliz e missão não se escolhe, nem se discute, se cumpre. Nós, juntos, cumpriremos a missão de resgatar o nosso Brasil”, afirmou ele, que também repetiu críticas à mídia. Ele deve dar início nessa semana à transição. A expectativa agora é pela definição de sua equipe, especialmente na área econômica, que deve ser comandada pelo liberal Paulo Guedes.
Candidatos mais identificados com ideias conservadoras triunfaram nos principais estados. Em São Paulo, o ex-prefeito da capital João Doria (PSDB) venceu o governador Márcio França (PSB) numa disputa apertada e credencia-se para dominar politicamente seu partido.
O PSDB também triunfou com Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, mas perdeu para Romeu Zema (Novo, em Minas Gerais).
No Rio de Janeiro, outro aliado de Bolsonaro, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC), venceu o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM).
Faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus Jair Bolsonaro, ao ser eleito