‘Não se pode tratar a imprensa como inimiga’, diz vice
Vice-presidente eleito afirmou que comunicação da equipe de Bolsonaro é ruim
Dois dias depois de Jair Bolsonaro atacar a Folha no Jornal Nacional, seu vice, general Hamilton Mourão, declarou a jornalistas em evento no Rio que a comunicação da equipe do futuro governo é ruim e que “não se pode tratar a imprensa como inimiga em hipótese alguma”.
Eleito vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão afirma que a comunicação da equipe do futuro do governo é ruim e critica os que tratam a imprensa como inimiga.
“A comunicação nossaéruim,né?R ui mé até um elogio ”, disse durante conversa com jornalistas nesta quarta (31) no Clube Militar, no Rio de Janeiro .“Não sepo detratara imprensa como inimiga em hipótese alguma.”
Durante entrevista ao Jornal Nacional na segunda (29), Bolsonaro atacou a Folha e disse que “esse jornal se acabou”.
Conhecido por dar declarações que constrangeram Bolsonaro durante a campanha, Mourão se propõe a ajudar para amelhorado cenário .“Eu vou arrumar alguém que faça uma comunicação decente, nós temos que arrumar alguém. Já falei várias vezes.”
Ele defendeu que o futuro governo encontre uma pessoa capaz deterem patia, conhecimento eque “saiba transmiti raqui loque o governo quer transmitir”.
Ao longo da campanha, as declarações de Mourão levaram o presidenciável a pedir que ele deixasse de falar.
Um dos episódios mais emblemáticos foram as críticas ao 13º salário. Em evento com empresários no Rio Grande do Sul, o general chamou o benefício de “jabuticaba”. Além de desmentidos, Bolsonaro acabou anunciando que pagaria 13º para beneficiários do programa Bolsa Família, para compensar afalado vice.
“Eu dava aquelas minhas opiniões heterodoxas porque eu falo o que eu tenho que falar”, disse vice.
Ao contrário do futuro presidente, que disse que anunciará seus ministros por meio das redes sociais, Mourão diz ser “analógico”. Ele não tem conta no Twitter, por exemplo, ferramenta usada exaustivamente por Bolsonaro par afazer anúncios, críticas e promessas.
Embora afirme que a ideia de enxugara estruturada Esplanada dos Ministérios, prometida por aliados de Bolsonar o, não possas er “de terra Mourão disseque acreditas er possível cortar pel ametade o número de cargos aos quais terá direito como vice.
Para ele, o modelo adotado na gestão pública está errado, como o fato de o presidente da República ganhar R $27.841,33 mensais, e tero restante das despesas pagas pelo Estado.
“O salário do presidente, para mim, é uma palhaçada. Quanto ganha o melhor executivo por ai? Ganha R$ 100 mil por mês? O presidente deveria ganhar R$ 100 mil por mês. Agora, banca tudo. O que acontece hoje é que ele não paga nada. Você vai ter que ir no mercado, fazer as compras da sua casa”, defendeu.
Mourão rechaçou que militares ocupem os comandos das estatais. “Não, não não. Tira os militares daí, tira essas castanhas do fogo. Quem vai assumir as estatais, aquelas que ficarem, são quadros técnicos, o pessoal de mercado, gente competente e conhecedora do assunto.”
O vice falou ainda sobre a importância da formação dos ministérios, que já está sendo discutida pelo núcleo duro de Bolsonaro. Ele defende que as fusões têm de ser muito bem pensadas para não se tornarem um “Frankenstein”.
Mourão defende também a escolha de uma mulher para comandara área social do governo. Ele diz desconhecera possibilidade de indicação do senador Magno Malta (PR-ES) para comandar a pasta, como vem sendo ventilado nos bastidores. Ele disse que Malta tornou-se um “elefante na sala” depois de ter rejeitado ser vice de Bolsonaro.
“Tem que resolver esse caso. É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, e tem que arrumar um deserto para esse camelo.”
Mourão defendeu que se discuta a reforma da Previdência ainda este ano, mas reconhece que haverá dificuldade em se aprovar o projeto neste momento. Apesar da defesa, o general diz que os militares não serão incluídos na reforma num primeiro momento.