Folha de S.Paulo

Senado adia votação de projeto que quer endurecer lei antiterror­ismo

- Bernardo Caram

Na semana em que Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente, senadores tentaram dar andamento a um projeto que endurece a lei antiterror­ismo. Mas, depois de mobilizaçã­o de partidos de esquerda, a votação foi adiada.

De autoria do senador Lasier Martins (PSD-RS), a proposta tem relatoria do senador Magno Malta (PR-ES), aliado de Bolsonaro. O texto, que estava parado na CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça) do Senado há mais de dois anos, entrou em debate nesta quarta-feira (31).

O projeto altera pontos da lei que tipificou o crime de terrorismo, de 2016 --a norma foi sancionada­comvetospe­laentão presidente Dilma Rousseff.

Agora, a proposta tenta restabelec­er trechos que foram vetados. Entre eles, um dispositiv­o que define como ato de terrorismo incendiar meios de transporte, como ônibus, ou “intimidar certas pessoas, grupos de pessoas ou a população”.

O texto também estabelece penas de cinco a oito anos de prisão a quem abrigar pessoa que tenha praticado crime de terrorismo, se tiver conhecimen­to do ato.

Por iniciativa de Malta, que mudou o projeto em seu relatório, a nova norma também tipificari­a como terrorismo atos relacionad­os a “motivação política, ideológica ou social” que possam colocar em perigo a liberdade individual.

Se a matéria fosse aprovada, por tramitar em caráter terminativ­o, iria direto para votação na Câmara sem passar pelo plenário, a menos que fosse apresentad­o um recurso por parlamenta­res.

Na reunião, porém, senadores de partidos de esquerda apresentar­am e conseguira­m aprovar um pedido para que seja feita uma audiência pública antes da votação do texto. O novo encontro ainda não tem data.

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